O ruído da chuva e dos trovões abafam o barulho dos carros que passam desesperadamente em frente à antiga e aconchegante casa....o cão rói seu osso despreocupado em uma tarde de um estranho desassoego...Os aviões sobrevoam o sobrado trazendo e levando passageiros, eles realmente são passageiros, nós somos passageiros...nós passamos uns pelos outros, nós passamos por nossas vidas...enquanto caminho pelas ruas da cidade, observo atentamente tudo à minha volta...seus cidadãos carregam no rosto seua vivências...a cada passo uma história, de alegria ou derrota...de perdas, de ganhos, de extravagância, de coragem...suas vividas histórias vividas intrinsecamente, outras expostas...um gosto de vida...Penso no ir e vir infinito dessas vidas, no dia a dia daqueles que são excluídos e esquecidos, marginalizados....penso nos seus méritos e desméritos...penso no seu aprendizado, na sua lição...Hoje, me proponho em tentar entender suas escolhas, suas honras...sua simplicidade...hoje me proponho a olhar profundamente para o meu Eu profundo e apaziguar os aflitos, e esquecer de minhas pequenas misérias...hoje, me dedico a refletir sobre a vida e o seu fim. Hoje sou do mundo e suas dores.
Queria saber escrever, mas não tenho o dom....
queria aprender a exteriorizar minha dor e minha vontade intensa de ajudar...mas minhas palavras são poucas e vãs...são insignificantes tanto quanto uma existência sem frutos...
Sim, admiro Clarice, Fernanda, Virginia, Gertrude...admiro a sutileza com que seus textos foram escritos...a beleza e a harmonia de cada frase...
...e quem sabe um dia, eu consiga inspirações e sobreponha minha mais sincera vontade....
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