MUNDO PARALELO!

DESCUBRA!

RECOMENDAÇÃO!

Só não vá se perder por AÍ!

fevereiro 13, 2012

FRAGMENTOS de Memória




Deparar comigo mesma, trouxe-me e digo que não é de agora, um pequeno desassossego.

Foi no caminho do encontro que me perdi, quando percebi a grandeza do ser que habito. Confesso que o desassossego teve uma curta duração, tomando em conta o deslumbre por encontrar caminhos, antes por mim ignorados.

Sou no entanto, uma manifestação aguda do infinito, de braços abertos para o inexplorado.

Alma insaciável, indestrutível.

Em Uníssono com o Criador, sou a Criatura.

Um fragmento de Divindade.

E, existe sim um quê de liberdade naquilo que almejo para mim.

Buscar sempre, ignorar jamais...



............................................................................................................................



INFÂNCIA



Das lembranças de infância, as que mais gosto são do cheiro de areia molhada de quando estava me aproximando da praia, o cheiro cítrico-adocicado de madeira quando mudei de cidade e do velho ipê amarelo, onde usava e abusava de sua abundante sombra, para saciar meu cansaço de menina arteira. Mil voltas de bicicleta em torno da velha casa do tio, com uma bicicleta caloi, azul. Já com as pernas trêmulas e a boca seca, desidratada, corria para debaixo do velho ipê.

Tristeza infinda ao me deparar com um pequeno toco seco, deprimido e esquecido. Era o que restara das caras lembranças de minha rica infância.



..................................................................















Pés no chão....

Há tempos mantenho meus pés no chão. Por pura precaução. Prefiro mantê-los lá. Meus pés cansados, deles me orgulho. Sua caminhada árdua e sem tréguas. Com passos ora lento, ora apressado, ora sem rumo, ora sem prazo. Mas eram apenas dois pés, percorrendo um caminho de desalento. Com eles carregavam um pulsante inconsequente e inocente que sofria injúrias.



Hoje, se orgulha.



De uma desilusão se fez o caos, do caos se fez o desespero, do desespero se fez o suspiro, do suspiro se fez a compreensão, da compreensão se fez o desapego, do desapego se fez a paz.

Paz inefável de ser livre e de ser só. Não me apego com ninguém. Tenho fases de ser só, outras de ser sua. Tenho hoje meus pés fatigados, porém fincados, porém estáveis, porém notáveis e amadurecidos pés no chão.



E o Amor?

Dizem ser soberano e poderoso,

aquele mesmo amor que mata e que faz sofrer.

aquele mesmo amor a que ora buscamos, ora fugimos.

aquele mesmo amor que cura e faz adoecer.

aquele mesmo amor que amadurece e aborrece.

Aquele mesmo amor...

AMOR...

Do que estavamos falando mesmo????



Por onde anda Clarice???

O que posso fazer se Clarice me inspira, me inspira, me inspira...e num breve suspiro...respiro e mais uma vez ....inspiro...





Escrever, escrever, escrever...

O que me falta é apenas a dor comprada dos poetas, o coração que apanhava, permanece inerte esperando o momento de reaprender a bater. O que espero é que bata por uma boa causa, que deixe a cegueira da paixão de lado, que pulse em sintonia e não de forma descompassada. Se for para o coração funcionar, que não crie ilusões. Que se mantenha em paz. De que me vale um coração doente? Quero faze-lo pulsar com sabedoria. Sem possessividades ou gelosias. Quero o mais profundo e sincero sentimento surgindo. Quero a vida valendo a pena. Quero enfim saber viver o amor. O que outrora não soube.





Acredito na vida sempre que a sinto de perto. A vida está pulsando em mim. A vida é o aqui e o agora. Passado e futuro, São apenas fragmentos de verdades inventadas.



Não vivia uma ilusão. Vivia uma verdade inventada.



A dor de viver a ensinava a reinventar a vida.



Durante o dia sou uma fatia de vida fatigada pelo tempo.

Durante a noite sou pedaços de mim mesma sublimada para o começo de um novo dia.

Noite

A noite é por vezes desesperadora. É o momento em que me é permitido encontrar comigo mesma. E quase nunca me encontro. O que está dentro de mim são apenas fragmentos do eu. O restante de mim, provavelmente se ausenta em busca de mais uma verdade inventada.





Meu coração agradece este momento voltado para coisas não tão sublimes quanto amar.

Busquei inspiração em Clarice ...aqui está. Obrigada musa...





..............................................................





O início do precipício é doce. Compor versos em presságios e digerir o fel que do mel se fez. Assim é a paixão. O caminho que cega, que leva por destruir a alma. O tempo ameniza a dor, mas não cura por completo. Desligar-se, despedaçar-se, implorar a vida depois do caos. Mantém-se uma paz forçada, mas somente até deparar-se com uma situação semelhante. Então, o pânico se instala. O coração que ora despencara tantas vezes sucumbiu. Hoje, olha desconfiado para qualquer oferta de encorajamento. O coração cuja existência é livre de raciocínio aprende como uma lavagem cerebral a evitar certas armadilhas. O coração burro e cego, torna-se sábio e desconfiado pensa antes de começar a bater. BATER, pois apanhar já se cansou.

Meu corpo também cansado, minha alma em profunda exaustão sucumbe na rotina do dia a dia, mas agradece a estabilidade emocional, agradece a trégua do estresse. Agradece a nova vida, o novo caminho, o novo foco.

O início do precipício pode ser doce e agradável, mas manter-se em plena consciência, tendo como aliada uma paz inefável, infindável, é mais doce ainda.



............................................................................................................................





o erro está em acreditar que quando buscamos no outro a nossa felicidade, seremos correspondidos. O despertar vem ao deparar que o outro é nada mais, nada menos que nossas projeções e que estas não se realizam porque criamos no outro um semelhante a nos que nunca existirá.

O outro, a paixão ou aquilo que chamamos amor não passa mais uma vez, de mais uma Verdade Inventada.

..............................................................



Sonho com o dia em que minhas verdades inventadas possam me reinventar e criar então uma realidade comprovada.

..............................................................





Passei metade da minha vida buscando amor. O que na realidade encontrei foram fragmentos de egos, superegos, alteregos todos em busca de uma vítima para satisfazerem suas próprias necessidades. A vencedora dessa busca foi a couraça.

..............................................................



A paixão é na verdade, dois egos alterados tentando mostrar um para o outro quem é mais cruel.



..............................................................





Descubro em mim, uma solidão esquecida, talvez apagada. Procuro nos meus versos desvencilhar meus mais profundos desejos. Busco a vida. E, muitas vezes viver para mim, já não me é mais suficiente.

Busco apreciar cada segundo, como se cada respiro fosse o princípio do mundo e cada átomo, molécula que adentram meu corpo, desse início ao princípio e ao mesmo tempo ao fim de uma jornada. Reinvento meus dias, mesmo convivendo na rotina de dias longos e sem expectativas. Aprecio em mim a conduta que levo diante de cada amanhecer, sempre ansiando pelo próximo que virá.





Um dia cinza repleto de perguntas sem respostas, onde as possibilidades se cruzam e se vão junto ao cair da água que desce ladeira abaixo, desaguando em um vão qualquer.

Surge então, o resquício de uma esperança comprada. Aquela na qual mergulhamos em busca de respostas íntimas, de nossos desejos sórdidos. Surge então, oriundo do ar frio a inspiração para um futuro de desejos. Mas, o que nos resta na verdade, são apenas pedaços de realidades, fragmentos de verdades, suspiros de um amor imaginário. Esperanças de o dia em que possa ser sua, histórias que ainda estão para serem inventadas.



Meu ser encontro nos desencontros do acaso. Me disperso em por quês, cuja resposta silencia em uma profunda meditação. Onde me busco? Não mais busco... apenas vivo meus méritos conquistados. E ai daquele que meus méritos inveja. A esse, ofereço-lhe um espelho para que possa buscar a resposta de suas inquietações e frustrações dentro de si. O espelho é o alvo certo para refletir a mediocridade e a grandeza. Enquanto permaneço em um caminho de paz, minha alma reflete minha serenidade. Que o espelho reflita minhas doces lembranças e meu mais profundo sentimento de compaixão. Reflita meus sonhos e meus desejos.

O segredo da felicidade é simples, quando nos conhecemos bem. O caminhar é leve para quem tem o coração puro. Até mesmo o mais pesado fardo torna-se leve. O maior segredo da vida é viver com alegria.



Carrego a doçura em meus traços ora brutos, ora suaves. Carrego leveza por saber viver. Carrego paz. Liberdade de ser e de amar. LIBERDADE está além do nosso entendimento. Está além de nos mesmos, está além da vida terrena. Além das respostas e perguntas. Além do que pensamos ser LIBERDADE. Liberdade é simplesmente ser e não ser...





Às vezes sinto um medo intrínseco de mim mesma...

Um medo de que consiga encontrar um caminho já esquecido.

Tenho medo de olhar e perceber que aquilo que já considerava desimportante, não tenha de todo se desfeito. Tenho medo de olhar mais profundamente e ver resquícios de vida no que já foi apagado.

Medo da ferida reabrir, e de ter certeza que minha autossuficiência não foi o bastante suficiente.



Em dias de chuva redescubro a paz.

Meu coração bate!

Calminho, calminho.

Sossega coração de vidro!





Já duvidei da minha própria capacidade de amar e desamar e acabei sendo surpreendida por mim mesma.

Hoje duvido da minha vontade de amar. Sinto que um dia, mais uma vez me surpreenderei.



E o que realmente penso sobre o AMOR...

De verdade em verdade vos digo:

Acho o amor uma perda de tempo.

Ama-se para sentir ciúmes, raiva, dor.

De verdade em verdade vos pergunto:

Pra que amar ?

DIA

DIA
Um dia irritante de Tão BELO...

PARTY!

PARTY!
A vida é uma festa...

Formiga Lispector

Formiga Lispector
Perto do Coração Selvagem havia uma esperança intrínseca...