MUNDO PARALELO!

DESCUBRA!

RECOMENDAÇÃO!

Só não vá se perder por AÍ!

novembro 26, 2008

novembro 21, 2008

josé

Sim, era apenas um livre pensamento que perseguia uma vida. O simples pensar enlouquecia....porque dele provinha a fantasia, a fantasia que não passava disso. Apenas desejos ilícitos. Um desejo que por consequência tornava-se obsessivo. A mera obsessão de realizar a dita fantasia. Aquela que o seguia. O coração pulsava forte toda vez que se pegava em seus tolos pensamentos de desejo. Um desejo incontrolado por aquela que nunca via. Ela, nem sequer sabia da existência daquilo que se passava. Da mente que se auto-induzia, do corpo que ardia, da fé cristã que punia. Não, ninguém sabia. Era um desejo implícito, incógnito delicado e inconsequente. Ninguém, de nada sabia. Sofria de delírios e autotorturava-se, autoflagelava-se...a fé o punia. A imaginação o consumia...dia após dia...o doce desejo se esvaía e o que restava era um fim de tarde vazia. Olhando o nada que de lá jazia. O fim era previsto, José sozinho sofria, sofria de desejos irrealizáveis, sofria de amor ou de paixão era o que mais lhe convinha.
Ninguém morre de amor, a vinhança dizia. Mas naquela fatídica tarde José os convencia, que desde de adolescente criou em sua mente um grande amor, o amor que por ele jazia. Sentou-se à beira do abismo, ouviu o coração que tampouco batia. Lembrou do doce olhar de Maria e por ela José morreria.

novembro 19, 2008

reflexão

...Sair de si e olhar tudo do alto, perceber o quão tudo foi perfeitamente planejado no seu caminho. Cada vitória e cada derrota, tudo milimétricamente executado. Livre arbítrio? Sim, existe, mas no meu caso ele é um tanto que teimoso. Aliás, se tem algo que me arrependo na vida, é ter sido teimosa. Olhar com maturidade ou talvez seja uma pseudomaturidade, talvez possa ser que meu coração endureceu, mas em qualquer um dos casos, olhar para as próprias misérias com uma alteração, seja de maturidade ou de rigidez, é perceber o quanto perdi tempo me desgastando com bobagens, bobagens essas que me fizeram crescer e olhar para elas e denominá-las assim. Olhar para o próprio umbigo enquanto muitos morrem de fome é a pior das misérias. É ver o tamanho da futilidade de uma existência. E é a isso que somos condicionados, a preocupar-nos com nosso prórpio miserê. E ai de mim, que capricho tanto em palavras, e não passam disso...apenas a conscientização me dá um pouco de mérito, mas o deixar pra trás me arrecadará uma grande infortunia, pois trago a responsabilidade de agir melhor, de ser melhor, de criar uma consciência coletiva com relação aos propósitos da vida. E por isso, entendo o porque da ignorância, pois a ela não devemos responsabilidades, e sim a usamos como escudo. É mais fácil ser ignorante, é mais fácil desacreditar que façamos mal a alguém com simples pensamentos. Tudo torna-se fácil quando deixamos as responsabilidades de lado. E quem disse que está livre dela? Apenas aumenta o processo temporal de estadia nesta dimensão de dor. A ilusão de sermor belos e poderosos, de adquir tudo o que queremos. Tudo isso será inútil, quando a verdade se mostrar. Esses valores invertidos, a falta de compaixão, a desonestidade, tudo será cobrado. Não pense que alguém escapará impune dos próprios atos. A ignorância nos torna impunes, iludidamente impunes. E quando se fala de Leis Cósmicas, ninguém acredita, ninguém acredita que tudo o que passamos foi criteriosamente escolhido por nossos atos e desejos, nossas intenções tem mais poder que as próprias ações. O caos de nossos mundos particulares é construído por nossa própria irresponsabilidade.
Sonhamos com um mundo melhor, com uma vida melhor, mas nossos pensamentos sempre criam o obstáculo. Criamos nossos próprios desméritos. Sofremos nossas misérias e esquecemos que somos os maiores culpados por elas. O homem, não sabe viver. Porque vive em um mundo de insatisfações. Cria seus limites imaginários e suas próprias armadilhas. Sofre por seus dissabores que propriamente escolheu. Não! Karmas não existem! Diz o cético. E quem explica tantas desigualdades? O acaso? Por que tanto sofrimento para uns enquanto outros têm uma chance maior de felicidade, isso não quer dizer que sejam felizes, porque ninguém nunca está contente com o que tem. O que não tem reclama por não ter e o que tem reclama porque quer ter mais. Assim é a vida, cíclica e imatura. Falta paz no mundo, porque a paz tem que começar dentro de cada um. Você já questionou onde é o inferno? Dentro de você. E o céu? Também. E Deus, onde está? Dentro de cada um. E você? Já chorou suas misérias hoje?

novembro 18, 2008

1 crush (garbage)

I would die for you
I would die for you
I've been dying just to feel you by my side
To know that you're mine
I will cry for you
I will cry for you
I will wash away your pain with all my tears
And drown your fears
I will pray for you
I will pray for you
I will sell my soul for something pure and true
Someone like you
See your face every place that I walk in
Hear your voice every time that I'm talking
You will believe in me, and I will never be ignored
I will burn for you
Feel pain for you
I will twist the knife and bleed my aching heart
And tear it apart
I will lie for you
Beg and steal for you
I will crawl on hands and knees until you see
You're just like me
Violate all the love that I'm missing
Throw away all the pain that I'm living
You will believe in me
And I can never be ignored
I would die for you
I would kill for you
I will steal for you
I'd do time for you
I will wait for you
I'd make room for you
I'd sink ships for you
To be close to you
To be part of you
Because I believe in you
I believe in you
I would die for you

novembro 13, 2008

Em boa companhia....

....Já era madrugada, e o silêncio imperava naquela prazeroza sacada....apenas o céu como testemunha, a lua já quase de partida, abençoava aquele começo de dia com seu manto alaranjado. Stefanie sentia falta de algo que sempre lhe acompanhava, sentia-se um pouco só, mesmo diante de uma paisagem madrugueira a observar o vasto campo e o pequeno lago em sua casa de campo, que ficava no interior de um lugar qualquer depois dos minerais. Sentia uma paz inefável que provinha de seu âmago mais profundo, onde pairava uma alma doce e extremamente sensível. O silêncio que ninguèm ouvia, apenas alguns animais a grunhir e alguns pássaros a anunciar o início de um novo dia com seu solitário canto. Mas, Stefanie ainda sentia falta de algo...foi quando despertou e lembrou-se de que faltava a música. De sobressalto, com um leve sorriso de canto de boca, correu para dentro e vasculhou o velho baú onde guardava seus velhos discos de vinil... encontrou vários tesouros que há muito havia esquecido, pois morando na capital, poucas vezes tinha a oportunidade de tomar ares do campo.
Stefanie não se conteve, como estava só, pegou o velho toca-discos e o difícil fora selecionar as melhores composições. Lá, tinha Mozart, Berlioz, Shubert,Schumann, Mendelssohn,Brahms, Chopin, algumas óperas maravilhosas, Maria Callas uau...Pavarotti...mammamia e não podia faltar Beethoven...sim Beethoven fora o escolhido do momento, da madrugada...da partida da noite e do anúncio do novo dia...num delicioso desespero, Stefanie botou o velho vinil no toca-discos e aquele ruído saudoso e peculiar nas caixas, soavam como um ruído de paz e de memórias retrô. Era a Nona Sinfonia de Beethoven...começava de uma meio allegro e evolui para um Adagio que nos leva flutuando ao céu de estrelas...Beethoven completamente surdo compôs a sinfonia mais completa da história. É um convite a um orgasmo cósmico...onde alma e corpo sofrem uma profunda dissossiação, o corpo permanece imóvel olhando para o infinito, já a alma vagueia por sobre o campo de flores, a alma experimenta sensações que o corpo não permite...ela voa e sorve o orvalho da manhã como um suave licor...a alma dança junto com a dança dos átomos transforma-se em pura energia e funde-se com a natureza...notas musicais coloridas explodem de dentro das flores, e tudo torna-se belo e muito colorido. Beethoven acaba de lhe dar um grande presente. A música ressona por aquele vasto e belo campo de flores, e o sol já começa a se mostrar de vagarinho, como se espreguiçasse no rítmo da canção. Logo, os caseiros também se despertam e começam seus afazeres. Stefanie em um Êxtase profundo dá aquela espreguiçada e recolhe-se em silêncio e suavemente deita-se e cochila.

novembro 09, 2008

O que faltou?

Sim, já era tarde da noite quando Luiza despertou....- Onde estou? _ Quem sou eu? Luiza não sabia, mas ficara desacordada 2 dias, enquanto a vida pulsava, Luiza vivia um estado alterado de consciência. Luiza era daquelas meninas curiosas com as coisas do além, e nada acontecia por puro acaso, para ela sempre existia um objetivo, uma razão...se encontrava alguém era por isso, se pegava um avião era por aquilo, era um tanto exagerada em suas teorias, vivia em uma eterna busca. Talvez por ter ´perdido sua mãe tão precocemente e de forma tão trágica, sua mãe sofrera um acidente de trem, em um desses pequenos países europeus onde ninguém sabe localizar. O sonho de Luiza era manipular o tempo, poder voltar ao passado e trazer sua mãe de volta. Luiza buscava ajuda em grupos de apoio, em livros de auto-ajuda, em sociedades alternativas, mas nada a satisfazia, era um eterno vazio que tomava sua alma, cada vez mais.
Luiza ja estava cansada das buscas incessantes a respeito dos quês e por quês, já desanimada e conformada com sua frustrante busca, caminhava sem rumo pelo calçadão de Ipanema, em um gesto de discontração brincava com os desenhos, saltitando, tntava esquecer seus problemas e buscava em sua mente algo em que pudesse acreditar. Olhando para baixo, deu de encontro com um Sr. grisalho, com olhar magnético e profundo, enigmático...que fitou-a nos olhos como se lesse seus desejos mais profundos...Luiza desculpou-se e foi saindo de fininho quando este Sr a segura pelo braço, e diz: - Eu sei o que você procura, não tarda e você encontrará uma resposta que te preencherá a alma! Luiza assustada, mas com confiança no que o sujeito lhe dissera sorriu e disse-lhe....- O que eu procuro entao? E ele com profundidade respondeu: - O segredo da eternidade, a tentativa de mudar o passado, a compreensão do que possa ter acontecido. Luiza mais assustada ainda...- Como você sabe disso? - Eu capto o teu âmago, eu sei o segredo da sua alma...e como Luiza sabia que nada era por acaso, chegou até ele e disse: - Vamos conversar...o Sr respondeu, eu não tenho muito que conversar, eu apenas te digo o que sinto. Agora preciso ir. E com passos rápidos, seguiu seu trajeto. Luiza boquiaberta, não sabia o que dizer, oque sentir, o que pensar. Deu meia volta e seguiu com pensamentos confusos. Entrou em uma livraria que lhe parecia estar de braços e portas abertas. Como se seguisse seus instintos entrou em uma pequena sala onde havia sofás para as pessoas que quisessem ler e lá estava uma mulher vistosa e ao mesmo tempo discreta, ela sentiu que a mulher tinha algo a lhe dar, e a mulher percebeu no mesmo instante a ansiedade de Luiza, segurou em suas mãos e lhe disse: Eu sei o que você busca, acompanhe-me...! E Luiza, confusa, não sabia se devia ou n seguir a desconhecida, sentia medo e estava confusa, mas sua intuição a instigava a seguir em frente. Seguiu a mulher até sua cobertura a algumas quadras dali, em silêncio Luiza apenas ouvia o que a misteriosa mulher tinha para lhe dizer... E a mulher começou a falar desde sua infância acertando detalhes e detalhes até o momento presente, o que Luiza estava pensando. Luiza assustada apenas ouvia, nunca tinha visto algo tão impressionante. - Me desculpe senhora, eu não sei o seu nome, e ela respondeu
- Maya! - Maya? Como no hinduísmo? Perguntou Luiza. - Sim, Maya que quer dizer ilusão! - Sugestivo o seu nome! Indagou Luiza. Maya deu de ombros e sorriu com o canto da boca. - Eu nem lhe disse meu nome.. -.Luiza! Interrompeu Maya. Luiza sorriu de um jeito constrangido, como quem pensasse, ela sabe tudo....até começou a preocupar-se, porque aquela misteriosa mulher sabia tudo, sem Luiza ter aberto a boca. Era realmente assustador. Mas Luiza não entendia porque aquela mulher a assustava tanto se ela procurava por isso? Ela procurava respostas, ela queria saber verdades e Maya estava ali para suprir seu âmago. E Maya continuou... - Você gostaria de viajar no tempo né? Luiza...- Sim! Muito... - Eu posso te propor isso....mas, tem um preço... -Qual? Respondeu Luiza.. - O preço será a confiança, eu sei que você está assustada e com medo, ainda não sabe se confia em mim. Mas o preço disso tudo será a confiança. Luiza não sabia o que fazia, se seguia a intuição ou se agia com a razão. Sua razão dizia que aquilo era loucura e que a mulher, mesmo que inspirasse um pouco de confiança, era uma estranha qualquer que ela encontrara do nada. E Luiza naquele conflito.... Maya, o nome já diz tudo, pode ser uma roubada... e Luiza, perdida em seus pensamentos, debatendo com seus lados de razão e intuição nem percebera que Maya havia lhe preparado um chá. - Beba Luiza! Luiza sem ao menos questionar o que era bebeu de uma vez só. Acordou 2 dias depois, na sala da livraria de onde saira. Tonta com tudo aquilo, perguntou como tinha ido parar ali...responderam-na que um Sr grisalho a tinha trazido e que a tinha encontrado no calçadao da praia. Luiza, confusa não sabia se havia sonhado ou se tinha realmente acontecido. Só sabe, que continua com suas dúvidas a respeito de tudo e que quando lhe fora dada a chance de saber, vacilou e não houve confiança para que seus mistérios fossem desvendados.

novembro 06, 2008

A colecionadora de línguas

God morgen Sir, er ?...Era quase uma obsessão, mas Renata adorava estudar línguas, fazia parte da sua vida, da sua história....era um colecionadora de línguas....adorava pesquisar línguas latinas, anglo-saxônicas, `línguas mortas, inventadas, hieróglifos, até criar línguas ela criava, qualquer simbologia onde poderia haver comunicação, lá estava ela com sua curiosidade...anotava, gravava...colecionava línguas. Trancava-se em seu quarto e em seu 'mundo' para estudar todas as façanhas da linguagem. Καλημέρα κύριε, είναι , Hyvää huomenta Herra, on , שלום אדוני, מה שלומך, こんにちは卿はいかがですか? E todas as línguas, das mais conhecidas às mais bizarras, ela pesquisava com sua paciência....
A obsessão que Renatatinha por línguas, não era de graça, fora uma criança reprimida e uma adolescente completamente voltada a seu mundo. Praticamente uma espécie de autismo voluntário. Sentia-se indiferente ao mundo, e isolada mesmo que rodeada de pessoas, nada a trazia para a realidade. Sua vontade de comunicar-se era grande, mas havia muita hostilidade no mundo em que vivia. Precisava achar novas formas de vida, outras mentalidades. Essa era a sua realidade. A rejeição seria sua aliada, na busca do aprendizado. Era mais de 25 línguas ja estudadas e que conseguia comunicação. Ainda mais com a internet, bendita internet para quem não contacta o mundo real. O virtual é a salvação. Renata trancava-se em seu 'mundo virtual' e comunicava-se com todo tipo de gente. Aprendeu muito, aprendeu que indiferente de língua e país, todo mundo sofre hostilidades, ora por ser feio, ora por ser negro, ora por ser pobre, ora apenas por que tem que sofrer...e Renata não se sentia tão só. Comunicar-se virou um grande aprendizado. Onde ela morava, no fim do Brasil, onde tudo era tão precário, e ela com tamanha sede de conhecimento, faltava elementos para saciá-la. E atormentada, buscou a linguagem, a comunicação, interagir com o mundo que ela tanto ansiava....Mesmo assim, sentia sua alma pobre de conhecimentos, precisava aprender mais e mais e mais e fora isolando-se cada vez mais do mundo à sua volta...em casa apenas fazia as coisas básicas, sua família a achava estranha e a isolava, nem se falavam, a menina mal comia e quase nunca encontrava alguém em casa. Não se comunicava. E, com um esforço anormal e muito prazeroso, comunicava-se com o mundo, em árabe, hebraico, esperanto, japonês, chinês, russo, aramaico...a coleção de línguas ia se ampliando e deixava para trás sua língua nativa, o português....Renata estava tão fortemente ligada a outros idiomas e país e cultura que, como se fosse uma defesa, esquecia aos poucos o próprio idioma...como nunca se comunicava com ninguém, raramente saía de casa, não percebera o quanto debilitava seu idioma nativo. Nem ao menos percebera que já pensava em outros idiomas. Estaria Renata sendo castigada por sua obsessão?
Na manha de segunda- feira, Renata acordara animada, adorava segundas-feiras, eram cheias de vida. Sentia algo diferente no ar, resolvera dar uma volta no pequeno mercado, estava com vontade de comer algo diferente naquela manhã. Aos poucos fora percebendo que estava um pouco confuso, a linguagem não fluia. Já não entendia o que as pessoas falavam...sentiu-se como se estivesse em um país estrangeiro o qual não conhecia o idioma. A confusão era grande e o pânico começou a tomar conta por inteiro. Já não entendia mais nada de português, não achava palavras para falar...saía russo, grego, latim, norueguês, finladês, sueco..e nada de português....
Renata, já desesperada entrou no mercado para ver se conseguia ao menos ler algo...sim conseguia, porque sabia latim e a origem das palavras, fora reinventando tudo, mas como um bloqueio, a linguagem não fluía.... e Renata num gesto de desespero por sentir-se estrangeira em sua própria cidade de fim de mundo pegou o primeiro frasco de perfume que encontrou, aquele mais barato que tinha e bebeu tudo, em um único gole. Embriaga e enjoada, entrou em coma alcóolica e nunca mais se recuperou...permanece em um constante estado de embriaguês....

novembro 02, 2008

Quantas teclas tem o piano?

Era inverno, a neve cobria os campos, Betina Rentovska se sentia escravizada dentro de sua própria casa, pois o gelo bloqueava as estradas de acesso à civilização. A angústia tomava conta, e Betina apenas fazia a coisa mais importante da sua vida...tocar piano....
Morava retirada da cidade mais próxima, uma pequena cidade no interior da Rússia, muitas léguas de moscou, mais próxima da região da Sibéria...tudo era difícil e isolado, na sua casa, melhor casebre não havia energia elétrica a água provinha de poços e com o inverno tinha que se contentar derretendo a neve, mesmo que ainda restava um pouco, muito pouco de lenha. Betina tinha um velho piano ja desafinado que herdara da avó materna, mas era seu alimento, nutria sua alma, Betina devorava a música, fazia com que se sentisse viva e feliz, com forças para manter sua vida triste e solitária. Os dias foram se passando, e o inverno cada vez mais rigoroso, a lenha já estava escassa, a comida só restava as pernas de uma lebre que Betina mantinha coongelada sob o gelo do quintal. Betina não tinha como sair de casa, não havia vizinhos, não havia caça, sempre calculava os mantimentos de acordo com o tempo dos invernos passados, mas nesse ano, o inverno se prolongou, Betina começava a entrar em pânico, só restava agora, apenas um tronco de lenha, que dava para passar a noite. Sem aquecimento, certamente morreria congelada sob a densa camada de gelo que cobria seu casebre, pequeno e aconchegante. Deseperada, Betina vasculhou a casa em busca de objetos que poderia virar combustível, havia alguns livros velhos, alguns bibelôs de sua avó, um pequeno berço que era relíquia de sua infância. Sim, Betina ainda guardava seu berço como recordação, a única coisa que tinha, desde que seus pais foram assassinados a mando do Czar. Era de família rica e tradicional na antiga Sant Pettersburg, sua família tinha história na carreira política russa. Mas, Betina herdara a decadência, a perseguição, a degradação. Betina era a última sobrevivente da família Rentovska e vivia foragida, escondida da ditadura russa. Betina não tinha ares guerrilheiros e políticos como o pai, herdara a alma artística da mãe e da avó. Sua avó era pianista, filha de uma pianista consagrada e o dom artístico fora passando de geração em geração. O piano, era o tesouro mais precioso que a família pode salvar, veio para o casebre no meio da noite, sendo puxado por trenós, e haja cães. Mas Betina, nunca decepcionou o matriarcado, alimentava-se da música. Todas as manhãs acordava já com a música que iria executar ao piano. Tinha Chopin, Mozart, Beethoven, Puccini, Listz, Vivaldi...seu compositor preferido era Brahms, pela sutileza das obras, Brahms tinha o poder de tocar sua alma como se fosse uma pluma descendo lentamente do céu. Para Betina, Brahms era Deus se manifestando. Sentava ao piano e tocava, não só tocava, sentia a música, podia apalpar as notas, as via flutuando coloridas pelo ar, a música tinha vida e era muito colorida, suspirava e era como se sentisse as notas entrando por suas narinas e nutrindo seu corpo já debilitado pelo tenebroso inverno. Mas, Betina não se incomodava isso era apenas quimeras para ela, o que importava era a música. Aquelas partituras cujo cheiro era peculiar de tão velhas e amareladas.
Passaram-se mais alguns dias, e a comida acabou, ainda restava alguns pedaços do berço para virar combustível e Betina empalidecida de fome, começou a devorar as partituras, a primeira a ser devorada fora Mozart, Betina achava Mozart alegre e ousado, devorou Mozart com a intenção de roubar sua ousadia e sua alegria. Passou mais um pouco e devorou Chopin, Betina se identificava com o romantismo de Chopin, Beethoven para equilibrar seus lados ora agressivo ora dócil e assim foi devorando as partituras que a tinham alimentado tanto tempo. Betina não teve coragem de devorar Brahms, deixou para uma ocasião especial. E a lenha também acabara, e não restava outra alternativa a não ser queimar o piano...o PIANO....já não tinha mais comida, e o velho piano estava agora sendo destruído a machadadas para virar combustível. Betina, se sentia como se estivesse automutilando a si mesma. Cada golpe no velho piano, seu corpo sofria também, aquelas machadas cruéis, sentia doer no coração como se fossem farpas envenenadas, a sensação parecida de quando você tem uma grande decepção com alguém que você ama muito. Aquela sensação de crueldade de que você está desfalecendo aos poucos, que vai morrendo e com o descaso de ir apenas ir, sem a sorte nem de um beijo de despedida, apenas a sua solitária dor. E Betina, faminta de corpo e alma, olhou para as teclas do piano, apenas restavam as teclas inteiras...e foi devorando uma a uma, como se aquilo pudesse também alimentar sua alma, que pouco a pouco morria sem a vitalidade da música. Betina percebeu que era o seu real fim, olhou para aquele amontoado de teclas e já com pensamentos confusos pela debilitação, perguntou a si mesma...quantas teclas tem o piano? E, devorando uma a uma, lembrando da sonata em fa maior de Brahms, sentia seu corpo desfalecendo e Brahms como Deus, vibrando na sua alma....Betina desfalecia, sem mesmo a sorte de um beijo de despedida...

novembro 01, 2008

conto picante

O ENCONTROPassava das 17: 30 e naquela linda tarde de outono, aquele outono sem frio, caía uma fina garoa em um tempo mesclado de chuva e sol com uma luminosidade avermelhada, um cenário propício para romances e amores impossíveis. Maria Júlia andava na calçada da rua Comendador Araújo onde o cenário lembra o poético musical Cantando na Chuva.Maria com sua sombrinha transparente, brincava como o personagem do filme e cantava Singin in the rain..., em um de seus passos com a sombrinha rodando, não percebeu que um casal estava aos seu alcance e acertou-lhes de leve, ferindo um pouco o rosto do rapaz. Maria assustada, imediatamente virou-se com a intenção de desculpar-se pelo incidente, quando percebeu quer era Felipe, seu amigo de infância, que estava à sua frente, amigo que há muitos anos não via. Moço bonito e elegante, educado, tudo que uma mulher procura. E ao seu lado, Guida, menina com uma beleza incomum, de olhos brilhantes e sorriso encantador.Maria surpresa, desculpou-se pelo jeito desastrado e como uma forma de recompensá-lo, convidou-os para tomarem um sorvete. Foram até a praça de alimentação do Shopping Crystal, e optaram um Mc mix crocante cada um. Sentados em uma das mesas, discutiam política, arte, literatura, de alguma forma aquela afinidade que tinham desde a infância aflorava aos poucos e se intensificava, somando com a afinidade de Guida. Formavam um trio harmonioso. Percebia-se também que um tipo de atração mútua rondava naquele ambiente.Felipe desde que conhecia Maria, sentia-se atraído por ela, Maria toda vez que via Felipe, sentia borboletas no estômago, e Guida, Guida complementava e intensificava a atração dos dois, tinha em si uma aura de princesa que mesmo o mais insensível dos mortais, percebia sua presença, tamanha graciosidade.Passava das 21 : 30, quando Felipe se deu conta de que perdera um importante compromisso, uma entrevista para tentar um intercâmbio, Felipe queria tentar um intercâmbio para tentar estudar música erudita na Áustria, estudar Mozart, e vendo que não tinha mais jeito, convidou Maria e Guida para irem até seu apartamento, já que morava duas quadras dali. Guida aprovou a idéia empolgada. E Maria, atraída por aqueles dois jovens interessantes, aceitou.

continua

conto buffo

Em um lugar distante logo ali em Grundarfjörður, norte da península de Snæfellsnes, leste da Islândia - 64°55′36″N, 23°15′31″W , melhor ....um pouquinho adiante, depois do puxadinho do iglu cor gelo vivia o mais impressionante e exótico ser da face da Terra, depois de Renata Ingrata, depois de Sandyjúnior assim grudadinhos,descobriram....a menina do iglu cor de gelo... ela tinha olhos puxados, mas não era asiática, tinha olhos claros e pele de pêssego, seus cabelos eram escuros, longos e lisos e sua voz era de ouro... o que a diferenciava de outras meninas de outros iglus também cor de gelo, era que aquela menina de olhos claros e puxados, no ano em que Bill Gates ainda sonhava com informática....ela, aquela menina possuia um Mac...e não era o Donalds era um macintosh...sim a partir dai, deixou de picar gelo e tomar peixe de foca e simplesmente começou a compor e compor. Ela criava sons e letras inimagináveis e sua voz dava o toque final, mesmo às vezes grunhindo, era maravilhoso, era o canto dos deuses do gelo....
sua música causou impacto ambiental, está fazendo parte do aquecimento global, a aurora boreal ganhou emprego em raves...sim ela BJORK chegou ao mundo, detonando tudo, surpreendendo, emocionando, criando polêmicas, abrindo os olhos de chineses..... sim ela é o Messias...e ela virá para nos salvar ;)

PINTURA ABSTRATA

CORES VIVAS JOGUEI
EM UMA TELA AMARELADA
DO AMARELO SORRISO
AOS POUCOS SURGIAM
FRAGMENTOS DE VIDA
FRAGMENTOS DE HISTÓRIA

CORES DEFINIDAS
FORMAS TOMADAS

CRIADAS, CONCEBIDAS
TIRADAS DE UMA SIMPLES VISÃO DISTORCIDA

DA REALIDADES INDUZIDA
DA REALIDADE ILUDIDA

SEM DESLUMBRE
SEM ANSEIO

CONTANDO EM ABSTRATOS TRAÇOS IMAGINÁRIOS

A HISTÓRIA DE UMA VIDA
SEM FIM, COMEÇO NEM MEIO.

UM GOSTO DE SOL (Milton Nascimento)

ALGUÉM QUE VI DE PASSAGEM
NUMA CIDADE ESTRANGEIRA
LEMBROU OS SONHOS QUE EU TINHA
E ESQUECI SOBRE A MESA
COMO UMA PERA SE ESQUECE
DORMINDO NUMA FRUTEIRA
COMO ADORMECE O RIO
SONHAMOS NA CARNE DA PERA

O SOL NA SOMBRA SE ESQUECE
DORMINDO NUMA CADEIRA
ALGUÉM SORRIU DE PASSAGEM
NUMA CIDADE ESTRANGEIRA
LEMBROU O RIO QUE EU TINHA
E ESQUECI ENTRE OS DENTES
COMO UMA PERA SE ESQUECE
SONHANDO NUMA FRUTEIRA.

Milton Nascimento

SEM RUMO

SAIO PELO MUNDO
À PROCURA DE NÃO SEI QUÊ...
ÀS VEZES ACHO SEI LÁ O QUÊ
E ME CONTENTO COM QUASE NADA.

APENAS SINTO-ME FELIZ
POR VIVER
CADA DIA, CADA MINUTO
ACORDANDO NUM LUGAR
DORMINDO EM OUTRO...

...

O DOCE SABOR DO MEL DO CORPO TEU
MISTUROU-SE COM O MEU
EMBRIAGANDO MEU PALADAR...

TORTUROSAS CARÍCIAS
AFLORANDO INSACIÁVEIS DESEJOS
À FLOR DA PELE
O CALAFRIO PERCORRE O CORPO NU

AO SILÊNCIO DA LUA CLARA
CORPOS E ALMAS
ENTRAM EM FUSÃO
CONFUSÃO
INVENÇÃO
SOLUÇÃO
EBOLIÇÃO

PEDRA

QUE PADRE
QUE PEDRA
QUE PADRE
QUE PECA
QUE PADRE QUE SENTE DOR

QUERIA SER PADRE
QUERIA SER PEDRA
POIS PEDRA NÃO SENTE DOR

QUE PADRE
QUE MEDO
QUE PADRE
QUE DEDO
QUE PADRE
QUE AZEDO
QUE PADRE QUE SENTE DOR

QUERIA SER PADRE
QUERIA SER MADRE
QUERIA SER PEDRA
POIS PEDRA NÃO SENTE DOR

PEDRA QUE É PEDRA
SE QUEBRA
SE JOGA
TROPEÇA

MAS PEDRA NÃO SENTE DOR

QUERIA SER PADRE
QUERIA SER PEDRA
POIS PEDRA NÃO SENTE DOR.

SOUP OPERA

SOUP CAMP
SOUP POP
SOUP CAMPBELL SOUPOP

SOU OPERA POP
SOUP OPERA
SOUP OPERA

SOUP CAMP
SOUP POP
SOU CAMPBELL SOUPOP

SOUP OPERA
OPERA POP
SOUP OPERA
CAMPBELL SOUPOP

DIA

DIA
Um dia irritante de Tão BELO...

PARTY!

PARTY!
A vida é uma festa...

Formiga Lispector

Formiga Lispector
Perto do Coração Selvagem havia uma esperança intrínseca...