MUNDO PARALELO!

DESCUBRA!

RECOMENDAÇÃO!

Só não vá se perder por AÍ!

dezembro 29, 2009

. Criança...

. roda, roda, roda, gira ...
Gira, gira, roda roda...
minha criança interior está viva.
minha vida está salva.
Busco minha inocência que se perdeu.
Busco meus olhos risonhos.
Minha criança corre, corre
se distancia de mim.
Minha criança me abandona aos poucos.
Minha alma adulta triste e cansada se mostra.
Ouço ao longe um lamento triste..
Minha criança se deparou com a realidade.
Encontrou em seu caminho um espelho d'água
que refletia a verdade mais pura.
A criança cresceu e perdeu-se em suas próprias questões.
e então...
...Era uma vez uma criança que corria corria rodava rodava...

Espera

....Eu esperava eternamente tua volta.
Pensava sem parar.
O horizonte longínquo e solitário.
Meu coração aflito aos poucos se extinguia.
Minha espera sem fim.
Dias e noites.
Apenas uma dor como companheira.
A dor da saudade.
A quietude da paisagem e uma alma inquieta.
Um bucolismo implicito.
A história se repete.
Partidas sem chegadas.
E um coração que aos poucos morria de sede.
De fome morria um coração.

...eyes

...aqueles olhos transparentes.
Eu deixo pra você.
Quero olhos que me olhem com sinceridade e que me digam a verdade.
Aqueles olhos meigos e belos mas que omitem a verdade eu deixo para aquele que prefere a superficialidade.
Meu mundo está alem do que a aparência mostra.

dezembro 28, 2009

. conselho

. Cuide-se pequena.
Cuide de seus prantos..
cuide de sua dor.
Cuide de si, cuide de mim.
Apenas cuide-se..
não alimente fantasmas.
Não acredite em histórias de amor.
Viva um dia de cada vez.
um momento aqui outro acolá.
A felicidade é ilusoria, é momentanea o que tem que perseverar é a quietude da alma.
Cuide-se pequena, o momento é agora.

Drummond


Era um Drummond inerte.
Estático.
Era um Drummond que só aumentava nossas lembranças e que de quando em quando perdia os óculos.

..Bon jour

. Radiava uma felicidade contida. Sorria com o canto da boca...
Esperava ansiosamente o nascer do dia.
A madrugada se despedindo no raiar da aurora.
Atrás do morro, sobre o orvalho da manhã..nascia um novo dia..
O sol lhe saudava com um lindo bon jour...

.

. Era um ponto no infinito.
longinquo, esquecido.
Aquele ponto era referência, aquele ponto era poético...
Mas, era apenas um ponto que ao longe transparecia uma beleza que exalava solidão.

.naquele dia

...Era um momento mágico...um instante único...
mas não passava de uma verdade inventada.

the end

...Apenas um jogo..
um jogo de sedução...
um jogo que não dá certo.
Jogos não dão credibilidade.
eu gosto do real.

...Nostalgia 2

...Vejo um pouco de mim no horizonte, ainda resta alguns pedaços...trapos de uma pequena história...
ainda vejo o que virá...Os dias são longos e as passadas curtas. Uma fronteira à minha frente. Um momento de reflexão...
É o instante perfeito que não retorna... É a energia de um olhar. Uma palavra balbuciada com carinho. Tudo pode mudar... tudo muda...tudo segue seu rumo...Felizes ou infelizes. Nos resta fragmentos de lembranças. Nos resta migalhas. Nos resta o resto.

dezembro 25, 2009

.linguagem budista

...Meus textos, volta e meia têm uma linguagem budista. Um budismo POP.

carma

. a vida é realmente cíclica.. principalmente se tratando de carma...
se os carmas fossem manipulaveis e pudessemos escolher o fim.
Depois dizem que existe livre-arbítrio.
Sim, é claro que existe, um livre-arbítrio sacana, onde temos que seguir as regras. A regra do mérito.

. lembranças

...existem lembranças tão boas, que tornam a vida um insulto e um martírio .
Que falta faz o desapego.

.nostalgia

...Era como uma facada que vinha de mansinho, ganhava força e atravancava no meio do peito. Dilacerava cada pedaço de tecido até chegar ao ponto alvo do coração.
Aquele coração já seco e duro.
Aquele coração já pobre e cansado.
Aquele coração que não mais pulsava...
jorrava
chorava...
criava uma barreira entre outros
e aos poucos morria
morria de sede, de fome, de desejo.
morria por si só.

. Vontade.

,,,,Crescia junto aquela vontade intrínseca de ganhar o mundo. Crescia e doía. Vislumbrava o infinito. Mas suas perspectivas não eram boas. Suas perspectivas reais eram limitadas. Mas nada a impedia de pensar anos luz à frente de seu tempo.

dezembro 24, 2009

.Natal

. Não desejei nenhum presente em especial, apenas morfina, para que a dor da saudade fosse ao menos amenizada.

dezembro 21, 2009

. ela

.Ela já havia tido tantos dissabores e eu ali, ao invés de contagiá-la com um pouco da minha alegria, contribuia e somava suas tristezas.

dezembro 19, 2009

. esperança

. Embora triste e cansada. Era uma alma persistente. Mesmo depois de tantas decepções tinha um coração que batia. Dia a dia. Batia no descompasso da desilusão. Batia e volta e meia apanhava. Descanbava para uma sofreguidão solitária, e mesmo assim, a cada assovio de um vento que vinha do norte, aquele que não move moinho tampouco corações aflitos, acelereva o ritmo. Era a esperança que por ora surpreendia. Era enfim, um novo dia. E quem sabe, um novo amor. E quem sabe...quem sabe, por fim saber morrer, morrer de amor, o que viver não soube. O que ganhar não soube...

non sense

Havia, entre copos vazios e pratos quebrados, uma lata de coca-cola amassada. A tinta ja havia saído e ao invés de ler-se coca-cola lia-se co - la . Será que cola?
Ao lado de uma embalagem de pizza hut. O cheiro de podre e formigas engordando seu pequenos corpinhos. Gosto de hot dog, mas para umas linhas ficarem non sense, basta apenas colocar que havia uma bicicleta no meio do caminho. E entao, ele nunca mais comeu amendoim. E acabou.

. SE

SE arrependimento matasse, já estaria ha muito tempo morta. Minhas víceras estariam secas, desidratadas. Meus cabelos talvez ainda existisse em chumaços. Minha pele putrefada cheia de bichos. Mas, minha alma ainda vagando pelo mundo sem consciência do que acontecera, pensando apenas na culpa e na desculpa da perda, preocupando-se apenas com a solidão que na hora bate. E os dias passariam e as noites se eternezariam, enquanto uma vaga alma chora um momento perdido. Um beijo negado. Ouve-se um grito na escuridão.

overdose

Queria imediatamente um motivo para um overdose.
Uma overdose de amor, de alegria, de paixão.
Uma overdose de todos meus momentos felizes e uma overdose de você

dezembro 15, 2009

busca

Havia uma busca constante por liberdade. Um fascínio por tudo que era novo, que era distante. Uma incansável busca com o acaso. O que não esperava era o medo. Um súbito pânico abateu sobre ela no momento em que seus desejos se concretizavam. Tinha o mundo a seus pés e temeu a liberdade. Temeu o desconhecido. O repentino. Não possuia aquele desapego que tanto prezava. As dificuldades apareceram assombrando sua consciência. Seus fantasmas haviam sido exorcizados. Sua vida seguia um rumo certo. Mas, não contava com sua insegurança com o futuro. Visava demais e suas esperanças já findavam quando o telefone tocou. Sua mente voou mil metros e despencou 5 horas mais tarde. Tinha que enfrentar seus medos. O medo do que mais queria se concretizando. Mas era um medo irreal. Era na verdade uma incostância emotiva. Sentia o mundo com o coração. Sentia a vida com a mente. Seu momento não se encaixou com sua vontade, com sua expectativa. Seu momento pregou-lhe uma grande peça, porque resolveu aparecer num momento delicado de transição. Seu momento foi injusto. Seus caminhos não podem conter expectativas, pois é delas que se sucumbe. É delas que se perde o centro. O ego é para ser despedaçado, a expectativa agrega-se ao ego e o fortalece. A frustraçao vem em seguida. O que é o ego? Se não, um aglomerados certezas falsas. O ego é uma luz que cega e que atropela o que tem na frente. O egocêntrico não é amigo de ninguém, a não ser de si mesmo. O ego é tudo o que repulsamos no outro porque nos identificamos e negamos em nos. Mas, sobreviver é preciso. As máscaras sempre caem. O dia apos dia é a melhor verdade. Aquilo que pensamos ser verdade, é apenas um passo para o próprio declineo.

dezembro 13, 2009

(...)

(...) E eu que chamava de amor a minha esperança de amor.
Clarice Lispector

(...)

A hora de viver é tão infernalmente inexpressiva que é o nada. Aquilo que eu chamava de 'nada' era no entanto tao colado a mim que me era ... eu? e portanto se tornava invisível como eu me era invisível, e tornava-se o nada. As portas como sempre continuavam a se abrir.
Finalmente, meu amor, sucumbi. E tornou-se um agora.

Clarice Lispector
do livro Paixão Segundo GH

GS II

Como num poema de Gertrude Stein, doce e doce e doce e doce.

Vazio II

Sentia um vazio como nunca havia estado. Como se saltasse de pára-quedas e apenas seu corpo caísse, sua alma houvesse ficado no avião, sentindo calafrios de temor. Um vazio inexplicável. Um mergulho no âmago sem volta. Um estar perambulando. Simplesmente. Mas, nenhum vazio é suficientemente vazio quando existe ópera. O Pavarotti preenche. Existe alma no canto.

dedos mofados

As portas se fecham repentinamente, ouço um piano ao longe, presto atenção naquelas notas soando harmoniozamente uma melodia de Chopin. O céu de um tom azul torna-se mais índigo com a beleza da música. Minha alma cansada, embora triste, se faz por alguns instantes mais feliz. Mesmo quando as portas se fecham, a música devolve o colorido do dia. Meu corpo instável, minha alma aflita repudia a própria sombra. Basta de tudo que possa parecer sombrio. Busco incansavelmente a paz. Caminho até a cozinha e arrasto uma cadeira para sentar-me à mesa. A mesa está farta, mas dentre aqueles alimentos aparentemente impecáveis e suculentos, havia um cheiro podre. Meus olhos mais lerdos que meu olfato procuram em vão de onde vem aquele odor. Há algo de podre na mesa farta. E não consigo ver. Preciso por as mãos e remexer os alimentos para descobrir. Enfio as pontas dos dedos nos bolos, nos pães. Havia um bolo completamente embolorado. Aqueles fungos salientes, aquela cor esverdeada. Enfiei os dedos com prazer, e imediatamente minhas unhas se fundiram à cor de mofo. Meus dedos estavam agora coloridos e o cheiro podre tomou conta do ambiente.

dezembro 12, 2009

Se visse

e se visse a morte, ela estaria sorrindo. Se fosse partir iria rindo. Não rio e não gosto de pensar em ver alguém partir. É um senso egoísta. A morte é colorida pra quem vai. Se visse a morte sorrindo sorriria aliviada. Da vida nada se leva.

vazio

É uma sensação estranha que chega de mansinho. Soa como o vento, sussurra baixinho. Sinto um pouco de medo e minha mente se esforça intuitivamente para resgatar seu significado. Busco nas entranhas da alma e a resposta não se encontra. É um vazio que se alastra e me trazem lembranças estranhas de uma noite na infância onde o silêncio era quebrado por um coachado melancólico dos sapos solitários. E uma atmosfera de um leve pavor no ar. Tinha medo daquele coachado. Era a noite sendo engolida. E o dia nunca nascia. Tinha uma expectativa constante de ver o sol raiar, mas a chuva e aquele céu encoberto não deixavam. Um vazio na infância, já trazia uma alma intrínseca. Hoje meu vazio se estende, procuro fugir do silêncio e consequentemente de mim. Um novo ano que se aproxima, e nunca gostei de fins de ano. Sempre optei para me resguardar. Um novo ano é sempre uma grande reflexão. E sempre me questiono das possibilidades de um novo começo e de novos fins. Mas, é sempre um vazio. Um vazio que me espanta, um vazio que encanta, um vazio que nada mais é que um vazio.

GS

...Como um poema de Gertrude Stein...
Uma rosa é uma rosa ...

Decifra-me ou..

Qual é a distância entre o meu coração e o teu?
Decifra-me ou te devoro.
Não responde..
Acho que não existe distância alguma...
Melhor...
Acho que não existe nem sequer um coração.
Mesmo assim, eu te devoro.

saudades

queria que a saudade simplismente expirasse.

Meditação

Medito, medito, medito...
penso que encontro respostas.
Minhas respostas são sempre uma pergunta para a próxima questão.
A única conclusão que chego meditando, é que infinitas questões se formarão.
A busca pela simplicidade é na verdade uma intensa e complexa existência.
Existir é simples. A complexidade está em questionar a existência.
Pobres filosofos. A vida é apenas, uma questão apos a outra.
E eu não vivo. Desmereço.

Viagem

Queria descobir, de onde vem toda esta complexidade que me faz sentir o mundo na pele, gostaria de fazer uma viagem para dentro do meu SER e ver o emaranhado de sentimentos e pensamentos complexos, convexos, empíricos. Gostaria de ser simples, mais simples que uma flor, menos complexa que um olhar.

Desejo Explícito

QUERIA, QUERIA, QUERIA...
ah! DEUS sabe o quanto QUERIA.
O desejo de ao menos uma vez na vida, escrever tão bem quanto Lispector escrevia.

dezembro 09, 2009

Injustiça

...Sua face era alva, e reluzia ao sol. Mas o que realmente chocava naquele estranho espectro reluzente era a falta de expressão. Suas alegrias e tristezas não se retratavam. Parecia paralisado em uma única expressividade. Como um botox mal usado. Seu sorriso forçado parecia doloroso, esticava aquela pele oleosa e reluzente, parecia até que podia-se ouvir um barulho de espichamento, como uma mola. Conclusão nenhuma se conseguia tirar a respeito daquele ser insosso e inexpresssivo. Não demonstrava emoção alguma. Não se sabia quando estava contente ou triste. Era aquela mesma cara de peixe morto, o tempo todo. Senti a necessidade de dar-lhe uma máscara, para que pudesse colocá-lo num meio mais sociável. Justo eu que prezo pela verdade. Mas aquela falta de expressão exarcebada me causava espanto e desconforto. Pagava euros para desvendar uma gota de emoção. Fazia piadas para tentar arrancar-lhe ao menos um sorriso de canto de boca e que não fosse forçado. Mas nada, nada alterava aquele olhar de peixe morto olhando para o nada. Pensei em contratar alguns moleques para tentar assaltá-lo, para ver se expressava uma cara de medo ou de surpresa, mas no exato momento em que meus pensamentos tomavam forma, ouvimos um estrondo vindo da rua, eram dois carros que acabavam de se chocar. Olhei súbitamente para Ronaldo, para arrancar alguma expressão. E nada, continuava com aquele olhar moribundo. Não o conhecia bem e vi que as pessoas não se aproximavam dele, perguntei a algumas pessoas, o que havia de errado com ele e pra minha surpresa, já com a minha cara no chão, ouvi a resposta. Ele tem problemas de audição, é completamente surdo.

dezembro 08, 2009

Envelhecer

...Caminhava sorridente por uma calçada estreita no centro da cidade, ouvia música e estava num dia de leveza. Queria reverenciar aquele dia de céu azul. Queria sentir Deus em seus poros. Sua juventude era de uma vitalidade invejável. Tinha problemas mas não permitia que estes a consumissem. E assim vivia seus encantos e desencantos. Mas, no meio daquela calçada estreita havia uma mulher com seus 35 anos e ao seu lado não se sabe se era seu pai ou seu avô, mas era um velho rabujento e mal educado. Vinha com seus oitenta e poucos anos escorado pela mulher com uma bengala descascada na mão. Marcela, percebeu que a calçada estava estreita demais para 3 pessoas passarem e gentilmente encostou-se no muro para dar passagem ao casal. O velho com sua bengala descascada e de uma falta de educação lamentável, bateu na jovem e xingou-a. Marcela foi poupada de ouvir os xingos porque ouvia sua música. Mas aquele velho rabugento seguiu em frente, talvez com sua vida de frustrações ao ver a jovem com sua vitalidade. Talvez irritado com seu medo de saber que seu fim estava proximo. Talvez desistimulado com uma vida vegetativa presa a uma bengala descascada e ao ombro da filha. Marcela, olhou profundamente aquele velho rabugento caminhando em direção à praça e concluiu que pessoas são pessoas, não é porque são velhos que são bonitinhos e fofinhos, pois os canalhas também envelhecem.

Fonte de Inspiração

...O silêncio da madrugada a inspirava, sua pele macia sentia um leve frescor. Mas, sua vida tinha caminhos tortos, sua estrela brilhava e de tempos em tempos caía, como suas expectativas, como sua fé na humanidade. Acreditava haver salvação, mas os fatos do dia a dia a desencantava com relação ao mundo. Sua cabeça assustava, por seus pensamentos liberais e modernos. Não havia uma identificação denominada. Era por si só formada. Tinha um raciocínio lógico e preciso e sua intuição era praticamente palpável. Enfim, tinha um campo de visão priveligiado e por muito tempo foi vista e rotulada como louca, quando na verdade era uma visionária. Sentia afinidades com tudo que se tratava de paranormalidade e visualisava algumas coisas. De quando em quando sentia energias de artistas que se afinizava, e isso era uma fonte de alegria que a estimulava a viver. Lispector surgiu em sua vida como que por acaso. Gostava de escrever e a leitura era um apetitoso mundo paralelo, mas seu gosto era requintado, gostava de coisas herméticas, que a fizessem pensar. Não era à toa que seu autor preferido fosse Franz Kafka. Mas Lispector, ah! Amada Lispector, ela era sua musa. Identificava-se com Lispector à ponto de sentir a emoção subir-lhe à garganta. Lispector a levava para dentro de si com tanta força, que levava dias para voltar ao normal. Lispector escrevia para fugir de si e para que seus leitores se perdessem em seus próprios conteúdos. Embora, sua escrita talvez a puxasse para dentro de si mesma. Talvez Lispector ao fugir de si, direcionasse seus mais profundos conteúdos para nós. Estúpido daquele que se recusa a lê-la. Talvez medroso. Talvez haja um medo inconsciente de encontrar-se e perder-se. Talvez haja mais Lispector dentro de nos do que dela mesma. Talvez buscamos nossos encontros e desencontros para tentar desfocar a nossa ansiedade com o que nos irá acontecer, já que envelhecemos, já que adoecemos, já que morremos. E a pergunta prossegue...Onde estivestes de noite?

verdade

Às vezes me esforço a acreditar que as pessoas possam mudar, mas sempre acordo e vejo que a mudança é um efeito placebo. As pessoas fingem que mudam para conquistar objetivos.

dezembro 05, 2009

espelho

Acordei de sobressalto, me sinto angustiada. O dia se arrasta e meus pés não alcançam o chão. Sinto meus pensamentos se distanciando lentamente, e minha alma se corrói pela profundidade deles. Em apenas um segundo e mergulho no âmago. Como se tivesse o poder de desvendar todos seus segredos. Meus desejos num instável momento, eram de tamanha simplicidade. Desejava um espelho. Mas um espelho que retratasse meus conteúdos internos. E que a magia que o espelho tem em inverter aquilo que reflete, pudesse retratar meus pesadelos como doces sonhos. E que minha racional consciência aceitasse como se fosse a mais perfeita verdade. Meus pés há tempos não saem do chão. Sua establidade me causa um leve desconforto de quando em quando. Às vezes, me vejo implorando por um pouco de inverdades. Meu coração duro me impede de desfrutar a iusão . Minha alma é livre e intensa. Minha mente vê além do limite e me alerta sobre tudo que virá. Mesmo assim, não desisto de enfrentá-la e de tentar provar o tempo todo que um dado momento poderá me trazer uma agradável surpresa. Mas esse dia se estende, e percebo o quanto a realidade é dura. Enfim, os dias vêem e vão e o espelho que me reflete, me mantém longe da minha realidade. O espelho que me faz escrever e viajar para meus conteúdos mais intensos. O espelho que me mostra aquilo que nego, que detesto. Queria fugir de mim todos os domingos, queria encontrar comigo todas as madrugadas vagando em devaneios, rodeada de flores. Caminhando na beira de lagos azuis.

dezembro 04, 2009

CAÇA-PALAVRAS POESIA ESCONDIDA

D K J U I O K M N H G U O P P P A H I O E S P E R A R A M I U Y T H U I O
O J U Y T G F N U N C A L O I U Y T R G H U I K J H F A R A K I U Y T L K
P A R T E D R E F G H U J M N D A M I N H A O I U K J U Y H T H G K J G
L O I U Y H J V I D A O L I U Y K P O R Q U E M I U J K H G T U D O N J U
L O I U J N A O P A S S A N J U I K L O D E M H U Y T R F I L U S A O E K
S O M O S P O R N A T U R E Z A K I U Y H J M U I T O S O S J U Y H G T

ENSAIOS SOBRE A SOLIDAO
CONCRETIZANDO EM CAÇA-PALAVRAS
ACHE O POEMA SE FOR CAPAZ

SO

QUE SOLIDÃO É ESSA...
DE CORPOS DOÍDOS, DE CORAÇÕES PARTIDOS, DE GENTE QUE MENTE, DE VIDAS IMPOSTAS, DE SUBORDINADOS.
QUE SOLIDÃO
QUE DESMERECE, QUE CRESCE QUE NOS SUBMETE.
NOSSOS CAMINHOS OCOS, NOSSAS VÃNS INDECISÕES.
NOSSA ALMA HIPÓCRITA E NOSSA SOCIEDADE CEGA.

QUE SOLIDÃO É ESSA QUE NOS PRESTA SERVIÇOES
QUE ENFRENTAMOS PERIGOS, QUE NOS SUJAMOS POR POUCO.

QUE SOLIDÃO
QUE SOL LI DÃO
QUE SO
E SO.

isso só

nasço
desmereço
cresço
desmereço
sofro
desmereço
ganho
desmereço
sonho
desmereço
ando
desmereço
paro
desmereço
vivo
desmereço.
desmereço..
desmereço...
desmereço.
e só

...e depois...

...Um dia se nasce e depois...
...Um dia se cresce e depois...
...Um dia se descobre a vida, no outro se mostra e depois...
..Um dia se morre e depois...

dezembro 03, 2009

criatividade

...entre linhas e espaços escondo-me e me exponho. Parte de mim segue intrínseco. Meus poemas relatam partes de uma história real ou imaginária. Mesmo aqueles que me conhecem bem desconfiam de minhas tristezas e outrora de minhas alegrias. É a magia da criação.

um ponto final de tarde

...olha, olha o fim de tarde lindo... ouço passaros e vejo o sol aos poucos se escondendo. E uma sensação de leveza paira no ar.. Sinto aromas adocicados e a lua aos poucos vai surgindo.
Um dia a mais . E ninguem lembrou da sua última quimera.

dezembro 01, 2009

enchantée

Je me réjouis de cette belle soirée et mon cœur bat plus fort

duvida

. Queria descobrir o que existe em você que de quando em quando me faz perder o foco.

novembro 27, 2009

Prece

...E que o dia me revele o que a madrugada se recusa a revelar. Que os sonhos não passem de meros simbolos ignorados e que o destino se mostre em evidência. E que meus olhos consigam ver o que minha emoção ignora. E que minhas vivências tornem-se o mais precioso tesouro. Que meu abraço tenha um dos mais altos valores e que minhas palavras não se percam nem se deturpem. E se um dia a fatiga me tomar nos braços, que eu busque dentro de minhas próprias lembranças e experiências forças para permanecer no caminho. E que se um dia minhas verdades forem quebradas, que a verdade suprema me foque para que em meu futuro alcance meritos por mim ignorados.

sveglia

acordei bêbada de palavras, afogada em linguagens e prosopopéias. Acordei com um tilintar de gotas e um canto de pássaros. Acordei suspirando e sussurando palavras em francês. Acordei pensando, ouvindo e dizendo Je suis fatiguée. Acordei em verso e dormirei em prosa.

segredo íntimo

...Estava eu perdida em pensamentos, quando veio a chuva de mansinho, falando baixinho em meu ouvido algures sobre mim.

p.

A poesia me consome... Que me devore como mágoa. ..Que eu sucumba como mártir... Que os dias se vão... E que as árvores se descabelem no temporal.

o querer

...o querer que se queira, que se faça, que se mostre.
o querer. Apenas um mero querer. Quase não querendo querer saber o que se quer. Um quero porque quero que nada se quer. Um dito que não se diz. Um ditado que nada fala. Um silêncio na escuridão.

vazio

... .... Mesmo tendo o dia mais belo, a noite mais estrelada, a música do vento. Mesmo tendo uma vida tranquila, mesmo tendo poesia. ...... ... ... existe um vazio. O vazio que não é preenchido nem compreendido. Um vazio que se apossa, que se mostra. Um estranho vazio. O vazio do querer, do sentir, do ser. O vazio da noite, o vazio da dor. Constantemente acordo com o vazio batendo à minha porta. E eu...nem ao menos estava lá.

novembro 25, 2009

quando tudo está errado, sempre existe um caminho.
Aondeeeeeee???

novembro 22, 2009

persona

..Encantava com as palavras, com a doçura. Não precisava da beleza externa. O que tinha de mais surpreendente era sua delicadeza. Seus olhos enfeitiçavam. Ninguem entendia o que tinha de tão encantador. Sua aparência era tão diversa do normal. Provocava curiosidade. A primeira vista, causava incômodo, mas logo como num filme de Lars Von Trier, a aparência era esquecida e como se o feitiço se fizesse, todos à sua volta a acolhiam da forma mais afetiva possível. Seu mistério poderia estar em seu carisma, ou quem sabe em seu vasto conhecimento. Mas, na verdade ninguém sabia explicar. Era de um magnetismo extremo. E ao mesmo tempo de uma personalidade intrínseca. Talvez o que atraía as pessoas fosse essa introspecção implícita. Ou quem sabe mera curiosidade.
Enfim, era uma personalidade, não uma qualquer. Era diferente, intrigante, encantadora. O que todos se perguntavam:... Por que gosto tanto dela?

novembro 17, 2009

distúrbio

...O vento levava ao longe, era um belo entardecer e andava pelas calçadas irregulares de pedras soltas com seu fone de ouvidos, cantarolando um velho rock in roll. Seguia em sua frente um grupo de pessoas bem vestidas. Eram moças e repazes com seus vinte e tantos anos de idade, curtindo o auge de suas juventudes. Aquela tarde agradável com um leve vento que levava e trazia. Sentiu de súbito um aroma cítrico-adocicado que ivadiu suas narinas, seus poros seus pulmões. Marina tinha uma sensibilidade muito grande com o cheiro. Sentia o cheiro de tudo. Se entrava em um ambiente diferente, ia logo cafungando para tantar identificar o cheiro. Quando se aproximava de alguém, a primeira coisa que percebia era o cheiro. Tinha uma teoria psicologica para seu caso. Acreditava que quando a criança tinha o contato com a mãe interrompido logo após o nascimento, a criança que identifica a mãe pelo olfato, tende a desenvolver um tipo de distúrbio de comportamento diretamente ligado ao olfato. Tudo não passa de meros psicologismos. No fundo Marina tentava compreender o porque daquela fixação com odores. Ela era tão extremista que só beijava pessoas de quem gostasse do cheiro. Era uma espécie de identificação. Mas ao extremo chegava a ser considerado um distúrbio. E naquela tarde, o vento lhe trouxe de presente um aroma que Marina nunca havia sentido antes. Era um aroma mesclado, como se desse vida aos seus instintos mais sacanas. Marina como se hipnotizada, perdeu a noção de onde estava, do que fazia. Marina perdeu-se em seus próprios instintos. Marina tentou em vão encontrar a fonte daquele perfume. Marina entrou em depressão e tomou um frasco de channel numero 5.

desejo

Sentia repentinamente, uma vontade infinda de desejá-la e possui-la. Uma corrente de ar que subia nas costas, uma sensação incômoda e impensável de querê-la. E a vida a punia, a punia com a ausência, a punia com a distância. Um distanciamento de sentimento. Uma pausa dolorosa a convencia de sua insanidade. Sua pélvis se contraía e sentia formigar-lhe os lábios. Pressionava-os com fúria. Suas mãos suavam frias e encolhia os dedos dos pés com um expressivo ardor. Seu desejo era maior que sua coragem, era maior que sua timidez, era maior que sua necessidade. Seu desejo raramente se mostrava, mas quando aparecia vinha com tamanha voracidade que a deixava completamente fora do controle. Batia sua cabeça contra a parede para tentar acalmar, tirava a roupa compulsivamente e tomava banho gelado. Mas nada, nada a impedia de desejar aquela menina de olhos meigos e cabelos enrolados. Sua vontade no momento era de devorá-la, de deitar sobre seu corpo e fundir-se. Era uma vontade de que seu desejo incontrolável se tornasse uníssono ao dela e que ambas alcançassem um alto grau de ebulição e desintegrassem no universo. Enfim, não era apenas um desejo. Era uma febre, um moléstia. Adoecia de desejo. E repudiava seu próprio instinto. Morria e não sabia. Sofria um colapso, mas não sabia que na verdade era apenas, mais uma vítima do descaso.

novembro 14, 2009

falsos farsantes

..E eu pensava, pensava, pensava...na verdade não sei o que pensar, um segundo a mais e o destino se mostra. Permanecemos em um estado involuntário de vida. O que é fato é fato e pode tornar-se fatídico. Minha alma inquieta, sempre se posta de forma analítica. Sofro com meus próprios limites, porque a injustiça é uma das poucas coisas que me irrita. Disfarço um descontentamento mas a verdade se sobrepõe. Não suporto falsidades. A falsidade é patética, a verdade sempre está exposta na testa sem a máscara da hipocrisia. Admiro aqueles que conseguem um grau tão alto de falsidade que passam a acreditar na própria proposta. Posso até chamar de artista. Se ator fosse, seria um forte concorrente ao prêmio de melhor interpretação de artes cênicas e cínicas. Que desgosto que dá. Viver a vida desacreditando, vendo hipocrisias e pessoas fingindo serem amigas e acreditando que não percebemos a farsa. Mas, a vida não é feita de superficialidades e a esperança da justiça é grande. Mesmo quando existam casos em que não se vê cura. Porque a farsa é tao grande que o próprio farsante cai na fantasia. E de que me vale pensar, quando a vida é feita de fatos. Enquanto penso e analiso as situações, coisas acontecem à minha volta. E os farsantes permanecem ditando e vivendo sua farsa.

novembro 11, 2009

?

...Na calada da noite se descobre as faces ocultas. Diante da luz do dia as ações são cautelosas, mede-se as palavras, na noite, como num passe de mágica, a partida da luz revela a sombra, o lado obscuro, onde os fantasmas se postam, onde substâncias potencializam as ações impensadas. Mágoas se fazem, amizades se vão. Não se pensa, na noite se faz. A música ensurdece e as palavras se distorecem. O álibe do não lembrar, as falsetas se compõe. Até mesmo a mais serena das criaturas se altera onde impera injustiças. Na calada da noite deveriamos andar calados. Surdos, Cegos. Na calada da noite é que mostramos quem realmente somos?

novembro 10, 2009


súplica

Há tempos sentia uma vontade imensa de soltar as asas. A sensação de aprisionamento era sufocante. Uma dor no peito. Dores pelo corpo todo se fazia presente. Mostrava a renùncia do estado em que se encontrava. Vivia simplesmente seu triste cotidiano, aquela vida pequena que lhe foi dada. Mas sua cabeça ia alem, sua mente viajava o infinito. Sua alma era livre. Seu maior sofrimento era quando se deparava com a realidade, pois procurava meios de fuga, procurava viver a vida que lhe fora imposta sem reclamar. Sua condição de aprisonada, seu destino mórbido, seu dia a dia de desencantos. Seu momento era de solidão e meditação. Buscava o encontro consigo atravès do silêncio. Sua dor intrìnseca, seu sórdido desespero. Esperava Um encontro com o acaso, que sua vida sofresse um colapso e mudasse instantaneamente. Esperava um sopro divino que a levasse para longe dali. E Deus nunca a ouvia, Deus a tinha posto no mundo e a esquecido, às margens do desespero em um lugar qualquer no meio do nada. Lá nem suas súplicas eram ouvidas, nem sua ira era sentida, nem o abandono a alcançara. Sua alma livre e triste, presa a um quê de desencanto. Presa a suas misérias, limitada por uma gaiola de carne. Sua sede de liberdade era grande e aquele lugar e a condição inexistente a impediam de ser feliz, mas não de sonhar. Seus sonhos a alimentavam. Seus sonhos era a única coisa que lhe restava numa dádiva de emoção que lhe foi dada. E então, por um momento, pensou em jogar dados com o universo. Andou 5 km ao norte de uma deserta estrada, sem saber o que encontraria pelo caminho, suplicou aos céus seu desespero. Desencantada da vida, com seu rosto úmido de lágrimas, com seu coração aflito e a alma em frangalhos. Jogou suas mãos para o cèu e soltou um grito de liberdade...Leva-me Ò PAI, pois me deste a vida e esqueceste de dar-me oportunidades. Deu-me um corpo saudável e uma mente livre e esqueceu-se de me dar um caminho para que fosse feliz. Leva-me Ò Pai, porque serei aquilo que queres que seja junto de ti. E naquela linda tarde ensolarada, Deus fez-se presente, mandou-lhe ao som de um grande trovão, um raio que lhe mostrou o caminho da libertação.

A Legião Estrangeira...

...(...)Muito tempo depois percebi que era comigo q Ofelia falava.
_Acho _ acho que vou botar ele na cozinha.
_Pois vá.
Não vi quando foi, não vi quando voltou. Em algum momento, por acaso e distraída, senti há quanto tempo havia silêncio. Olhei-a um instante. Estava sentada, de dedos cruzados no colo. Sem saber exatamente por que, olhei-a uma segunda vez :
_Que é?
_Eu...?
_Está sentindo alguma coisa?
_Eu...?
_Quer ir ao banheiro?
_Eu...?
Desisti, voltei à máquina. Algum tempo depois ouvi a voz:
_Vou ter que ir para casa.
_Está certo.
_Se a senhora deixar.
Ohei-a em surpresa:
_Ora, se você quiser
_Então, disse, então eu vou.
Foi andando devagar, cerrou a porta sem ruído. Fiquei olhando a porta fechada. Esquisita é você, pensei. Voltei ao trabalho.
Mas não conseguia sair da mesma frase. Bem _ pensei impaciente olhando o relógio _ e agora o que é? Fiquei me indagando sem gost, procurando em mim mesma o que poderia estar me interrompendo. Quando já desistia, revi uma cara extremamente quieta: Ofélia. Menos que uma idéia passou-me então pela cabeça e, ao inesperado, esta se inclinou para ouvir melhor o que eu sentia. Devagar empurrei a máquina. Relutante fui afastando devagar as cadeiras do caminho. Até parar devagar à porta da cozinha. No chão estava o pinto morto. Ofélia! Chamei num impulso pela menina fugida.
A uma distância infinita eu via o chão. Ofélia, tentei eu inutilmente atingir à distância o coração da menina calada. Oh,, não se assuste muito! Às vezes a gente mata por amor, mas juro que um dia a gente esquece, juro! A gente não ama bem, ouça repeti, como se pudesse alcançá-la antes que, desistindo de servir ao verdadeiro, ela fosse altivamente servir ao nada. Eu que não me lembrara de lhe avisar que sem o medo havia o mundo. Mas juro que isso é respiração. Eu estava muito cansada, sentei-me no banco da cozinha.
Onde agora estou, batendo devagar o bolo de amanhã. Sentada, como se durante todos esses anos eu tivesse com paciência esperando na cozinha. Embaixo da mesa, estremece o pinto de hoje. O amarelo é o mesmo, o bico é o mesmo. Como na ´Páscoa nos é prometido, em dezembro ele volta. Ofélia é que não voltou: cresceu. Foi ser a princesa Hindu por quem no deserto sua tribo esperava.

Clarice Lispector
extraído do conto A Legião Etrangeira

novembro 07, 2009

tem gente

tem gente cega do ouvido e surda do olho
tem gente que magoa a gente e que não sabe amar
tem gente enganando a gente olha a vida como está...

tem gente que fala e não diz nada
tem gente que não vê o que faz.

tem gente culpando a gente
olha que ironia que a vida tras
tem gente que caga e anda e não sabe limpar.

tem gente vivendo e morrendo
sem aprendizado nenhum
tem gente que finge ter razao
e não sabe o que faz.

tem gente de ego tão grande
que não cabe no espaço que tá
tem gente que vive dormindo
e que nunca irá acordar.

mas...

Nada mais será como antes
mas, o dia insiste em nascer...
fazer o que?

novembro 05, 2009

vontade de partir

...amanhecia, o sol despontava preguiçosamente naquela madrugada. Seus raios laranja cortavam as nuvens e refletiam sobre o mar. Meu vôo estava mais do que no horário, meu embarque foi imediato, embarquei e senti a nave decolando, a sensação de tirar os pés no chão me é sempre agradavel. o tempo de vôo vai passando e a vontade de permanecer dentro e alcançar destinos ignorados era enorme. Tinha desejo de ir para qualquer lugar, de até mesmo permanecer na aeronave sobrevoando destinos insólitos. Menos aterrissar em curitiba. Não senti entusiasmo, vontade, nada me dizia você está voltando para casa. Meu pensamento era quero continuar...encontrar novos cenários, novas pessoas...quero sumir..mas, mesmo com o aeroporto operando com aparelhos o pouso se sucedeu...e aqui estou de volta à roda samsarica. Cada dia com mais desejo de partir..ir ir ir sem tempo para voltar.

outubro 27, 2009

naquele dia...

..naquele dia tudo mudou...
Desenontrei meu afeto
Desconstrui tua imagem..
Olhei com profundidade e nada encontrei. Teu vazio se superou. Minha alma caminhante se fez triste. Descobri em teu olhar teu desespero e também me perdi. Ouvi tua súplica e meu coração aflito escondeu a dor. Tua náusea sobrepôs teus instintos. Meu caminho de luz se fechou. Descobri em mim, meus maiores desafios. Meu coração aflito se fez contente. Chorei com o peito. Meu corpo se entrega à dor se fecha à vida. Um dia após o outro e ainda posso sentir-te perto. Mas a distância se torna maior. Minha distância agora é entre mim e meu coração. Os obstáculos se mostram gigantes. Me vi pensando, sentindo. Me vi viva e morta. Pergunto a mim? Onde me escondo? Meu desespero ainda é você.

cuore II

Era um coração vazio,
mas tão vazio...
que ecoava ao longe a batida rítmica...
um som frio...
um bate- bate quase apanhando...
um sei lá o que de dúvida..
na verdade, era o desespero que ecoava...
era a dor que submergia.
Não, não era apenas um coração...
Era um coração vazio, frio como gelo, duro como pedra.

outubro 25, 2009

..

TU ES
TU ES
TU ESTUESTUESTUESTUESTUESTUESTUESTUESTUESTUESTUESTUESTUESTUESTUESlunatic


JE SUIS JE SUIS JE SUIS JE SUIS JE SUIS JE SUIS JE SUIS JE SUISfatiguée


livemelivemelivemelivemelivemelivemelivemelivemelivemelivemeALONE

IDON'TBELEAVEIDON'TBELEAVEIDON'TBELEAVEIDON'TBELEAVEIDON'TBELEAVEyou..
justjustjustjustjustjustjustjustjustjustjustjustjustjustjustjustjusjutjsujsutjsutjsutjsutjsjtsutjsuBECAUSE


tupenses tupenses tu penses tupenses tupenses

JEneSUISpas fou...

tu es
LUNATIc

..

ALL YOU NEED ALL YOU NEED ALL YOU NEED AL YOU NEED ALL YOU NEED ALL YOU NEED

to take care your self...

.

. I WANT
.I WANT
I WANT
I WANT
I WANT
I WANT I WANT
IWANTIWANTIWANTIWANTIWANTIWANTIWANTIWANTIWANTIWANTIWANTIWANT


hold your hand.

outubro 22, 2009

Os Lesmas (história p n dormir)

...Era uma vez, há muitas semanas atrás um pequeno planeta que se chamava Terra e um pequeno e escondido reinado que se chamava Horta.
Horta era um pequeno povoado com muita área verde. Havia pequenas árvores umas se chamavam couve, outras alface, outras salsa. E lá havia também alguns habitantes. Havia uma diversidade de raças mas elas não se misturavam. Viviam em suas respectivas colonias, faziam seus trabalhos diários. Algumas raças preferiam o trabalho noturno.
Havia um bairro que se chamava formigueiro, lá existiam milhares de moradores. Era o Bairro CIC ( Cidade Industrial) de Horta, a grande maioria de seus moradores era operários, e trabalhavam noite e dia. Carregando peso, levando e trazendo. A procura por doce no bairro formigueiro era muito grande.., Havia uma excessão no bairro, tinha um pequeno beco, uma pequena rua sem saída, ponto de encontro entre os excluídos. Lá se encontravam às escondidas as formigas diabéticas. Eram vistas com diferença por todo o povoado. Fugiam da normalidade. E elas não eram assim porque queriam, eram assim porque nasceram com a deficiência de insulina. E como eram vistas como marginais por serem tão diferentes, promoviam encontros às escondidas em guetos.
Do outro lado de horta havia um Bairro que se chamava Caramujos, lá vivia uma pequena e estranha população que se chamava Os Lesmas.
O bairro de Caramujos era na periferia, Os lesmas era uma raça que procurava se expressar na vida noturna. Eram vistos com discriminação por terem uma aparência não muito agradável. Seres rastejantes, que fugiam de sal como superman foge de criptonita. Os lesmas era uma gangue marginal que gostava de sair aos arredores de Horta para aterrorizar os povoados maiores, onde habitavam seres biipedes e cabeludos. Os lesmas se rastejavam para dentro das casas e faziam malabarismos com suas antenas. Gostavam de ousar em suas performances. Deixar uma marca de sua passagem, aquele rastro brlihoso e nojento. Atormentavam todos os bípedes cabeludos à sua volta, invadindo suas casas comendo brioches, se sentiam escargots, seus primos franceses e chiques, mas os lesmas, não passavam de lesmas, asquerosas e nojentas. Lesmas gordas, tinha umas lésbicas que enquanto seus pais saíam ficavam em casa fazendo nhaca nhaca... Mas um belo dia, Os lesmas tiveram uma desagradável surpresa. No reino dos bípedes foi formada uma cerca. E essa cerca era composta por sal e era sal grosso. Os lesmas em um de seus passeios noturnos se depararam com a cerca de sal grosso e se derreteram.. e foram esquecidos em pedaços no meio do sodio.

sobre a morte

...Se morresse hoje, morreria feliz...
com minhas conquistas e derrotas
apegos e desapegos..
alegrias e decepções...

Se morresse,
na verdade não morreria..
deixaria com aqueles que amei e que me amaram um legado
deixaria traços de minha alegria. E ninguém choraria.. E ririam de minha passagem cômica.

E se morrer
que parece o fim para tantos,
para mim é o começo
uma nova caminhada..

se morresse
apenas morreria...

Já experimentei a morte
já vivenciei seu estado de desapego..
a primeira morte
é a morte do ego...
Essa é mais dolorosa..
é morrer em vida.

É quebrar-se em milhões de pedaços e não ter noção de como ajuntar.
É ver a vida passar à sua volta sem tem uma ponta para um recomeço.

Morrer para si é a pior morte.
A morte do corpo é o descanso.
É o mérito.

morrer por dentro é o desafio.
morrer e renascer.
renascer e morrer.

É olhar para dentro da própria solidão
e apenas encontrar o abandono.
abandonar-se e reencontrar-se.
Teu ego se esvai
teus olhos vêm mas não enxergam...

morrer na madrugada para quando amanhecer estar renascida.
e a roda da vida é permanente...
e nossa evolução uma consequência do destino que escolhemos...
e apenas nos preocupamos com a vida,
quando a morte é o complemento.

se morresse hoje.
morreria feliz
porque já morri antes.

outubro 19, 2009

Sobre o amor invisivel

...Era um coração vazio, morria de fome de amor. Era uma lástima olhar para aqueles olhos tão tristes, sem brilho. Faltava-lhes vida. Aquele desencanto com a vida não era de agora, já vinha de anos. Era uma dádiva penosa não amar. Mas quem pensa que lhe faltava atenção, se engana. Todos a amavam. Todos a queriam. Era motivo de brigas e desputa dentro da roda de amigos. Era própriamente o gás da coca. A última bolacha do pacote. Era o must. Mas a verdadeira desgraça daquela alma que escondia em seu ego as amarguras da vida era nunca ter amado. Olhava para as pessoas que a veneravam com ar de superioridade, como se todos tivessem a obrigação de amá-la e venerá-la. Mas escondia também um profundo medo de descobrir o amor. Era um conflito gerado por uma infância cheia de coisas. Tinha um pai que a amava mas era ausente e uma mãe castradora que demonstrava amor com presentes. Tinha 3 irmãos adotivos e cada um com um histórico difícil de vida. E não esquecendo de contar de sua gata persa, branca com olhos escuros que também fazia parte da família.
Mas aquele coração, não sabia amar. Era duro. Era frio. Tratava aqueles que a amavam como objetos de uso. Fazia deles coleção. Era como cuidar de pequenos bibelôs de loja de 1,99 . Não tinha a menor manha em afetividade. Podia sentir um vento frio quando alguem se aproximava dela. Já com seus 29 anos, havia tido alguns homens na sua vida, todos apaixonados e estilo homem-cachorrinho, lambiam seus pés. E já havia aventurado com algumas mulheres também, mas só para saber o que era. Meras aventuras e experimentação. Digamos que as mulheres também babavam nela. Cada conquista era um ego mais inflado e um coração mais vazio. Sentia-se perdida, sem rumo. Não tinha consciência da frieza que era. Confundia com Poder. Achava-se a mulher Poderosa. E o que lhe faltava era amor. Íria seguia seu trajeto rumo à faculdade. Cursava Direito em uma das mais visadas Faculdades do País. E no estacionamento encontrou João, um rapaz moreno de olhos claros. Uma visível descendência italiana. Tinha um corpo perfeito e um sorriso malicioso. Íria sentiu suas pernas tremerem e seu coração bater mais forte. Íria sentia algo que nunca havia sentido. Íria precisava saber mais sobre aquele ser encantador.
João era de familia simples, um moço educado. Íria o descobrira no estacionamento. João trabalhava lá. Íria simplesmente, se foi. Guardou seus sentimentos. Nunca ninguém soube o que se passou com Íria naquela tarde.

outubro 14, 2009

angústia

Um dia de sol e um céu índigo. E um peito doído. Uma alma que sofre silenciosa. Caminho pelas ruas do centro e meus passos são coerentes. Cada passo um pensamento. Um sentir, Um intuir. Minha angústia se desfaz a cada caminhar. Pessoas passam por mim, cada um com seus mundos particulares, seus encontros, suas despedidas. Suas vitórias e suas derrotss. Todo tipo de pensamento passa por minha mente. Posso captar intuições alheias. Posso sentí-los no fundo da alma. Mesmo assim não desconcentro de meu proprio pesar. Procuro distrair-me com a energia de bem estar do dia. Me aconchega e acalma. Sinto-me um pouco mais aliviada. O que me preocupa, não é algo meu, é o que está ao meu redor. Tudo se faz e desfaz. Uma preocupação vã. Um estado de espera. Um desespero já esperado. E nada se resolve. Apelo para a ajuda Cósmica. As energias existem e são manipuláveis. O Cosmo poderá me ouvir e atender meu apelo. O que peço não é muito, é apenas paz. É harmonia. Só. E um vento sopra meus cabelos e sussurram em meus ouvidos. Sinto uma breve onda de paz.Talvez seja apenas a manifestação de um desejo. Talvez seja a realidade. Talvez o Cosmo. Quem sabe? Quem sabe?

outubro 10, 2009

sento una chiusura del ciclo. Un grande cambiamento sta arrivando. Non so esattamente qual è la verità. Ma è vicino al vento e la pioggia. può essere buono o cattivo. Dipende dal momento che la mia anima vivrà.
Appena so che avverrà...
niente di più.

cuore

Tinha um corpo desproporcional, uma cabeça gigante e os pés pequenos. Seu ponto de equilibrio era duvidoso, desequilibrava-se muito facilmete, pois seus pés pequenos não tinham estrutura para sustentar seu corpo. O tronco era roliço, suas pernas curtas e seus braços pareciam nitidamente mais alongados do que normalmente seriam. Mas o que mais chamava a atenção naquele ser disforme era a parte do tórax. Tinha um ponto muito avantajado no lado esquerdo. Era uma montanha que se movimentava. Ali batia um coração. Um coração mole de gelatina. Médicos especialistas pensavam em fazer um transplante, tirar aquele coração molengo e fazer geléia de mocotó e servir para aqueles que contribuíram com essa deformidade. Pois, o coração não sofria de uma deformidade natural, foi ganhando peso e consistência com o passar dos anos. Aquele coração não batia mais, so apanhava. Pois, no seu caminho só havia aqueles corações duros de doer. Aqueles corações que batiam sem dó nem piedade, e machucavam e deformavam o coração de gelatina. Ninguém entendia aquelas deformidades, mas a nautureza não mente, não engana. O coração não precisa mais apanhar. Necessita agora de um eterno descanso.

por enquanto

Alfa, Beta, Lambda, Omega...cada letra com um significado, o início, o fim. Como tudo na vida. Uma breve caminhada e sinto-te perto. Um vazio me toma, pois dele faço parte. Me disfaço, me surpreendo. Minha jornada solitária permanece mas já aprendi a lidar com ela, não me prendo, não me oponho. Deixo ir. Meus olhos tentam alcançar o mais distante possível, mas é apenas um vão esforço, pois o horizonte permance nublado e minha miopia me limita ainda mais. As coisas não acontecem por acaso, e antes mesmo do começo já visualiso seu fim. E nada sai diferente daquilo que vejo. Minha visão é de longo alcance, mas apenas vejo aquilo que quero ver. Ignoro o que não me agrada. Tenho pena daquela que mente, que tenta enganar, talvez a si mesma. Para esse tipo de gente deixo meus pesares, e desejo-lhes sorte. Degusto meus gestos nobres e tento me disfazer deles porque de nobreza não me basta viver. A nobreza está prestes a extinguir-se. Prefiro agora deitar-me no puro chão, na sargeta. Mas nada me abriga. Nada me faz querer encontrar o conforto. Em breve ,Me jogarei no mundo e me tornarei uma qualquer, sem ponto de partida. Nem porto de chegada. Apenas o ir...sem rumo nem destino. E isso me faz feliz, simples e direto. Deixar para trás tudo aquilo que me aflige e agoniza. Deixar meus marasmos e minhas dores, meus encantos e dissabores, minha vida e meus amores. Quero apenas partir, sem beijos de despedida. Sem abraços demorados. Sem sorrisos nem lágrimas. Apenas me deixem ir, porque meu destino é a distância e a minha busca continua. Enquanto você não dorme.

Enfim

...Os dias nunca são iguais e me sinto embriagada de sono, mas é uma sensação agradável. Tenho mesmo assim, uma consciência clara e segura. O corpo que me abriga é equilibrado e sou sensata nas coisas que faço ou penso. Dia a dia enfrento no espelho uma estranha que se despe. Minha nudez é específica da alma. Mas ainda sofro resistências. E me protejo de injúrias. Peço ajuda às estrelas e quando me concentro na verdade vermes aparecem com seus aspectos asquerosos e tentam de toda forma me tirar a concentração. A vida segue seu rumo. Encontros e desencontros são constantes no caminhar. Posso ver feixes iluminados se formando na estrada, e minha intuição se enche de esperança. A vida, não é só aquilo que meus olhos vêm. É além disso. Meu estado de lucidez vai além de mim mesma. Além do que posso limitar. O limite é a morte da esperança. Limitar-se é definhar diante de uma grande oportunidade. Vivo e só. Não crio expectativas em volta da minha vã existência, ela não servirá para muita coisa. Ela apenas me mostrará o meu devido lugar. Abraço um velho amigo e sinto sua força. Percebo suas decepções. Concluo sua existência. Existe algo de amargo em sua memória. Existe uma necessidade de desapego. Existe um chamado para a transcendência. Em que grau de introspecção me jogo? Por vezes, sinto medo de meus próprios sentimentos. Sinto medo da minha introspecção exarcebada. Voltar-se para dentro é também deixar de viver. Pois me perco em meus caminhos intrínsecos. Auto-mutilo meus desejos. Parece que não vivo, apenas desmereço. Meu sorriso se contrai. E a inquietude se posta em meu peito. Não gosto de gostar. Luto pelo desapego forçado. É como nadar livremente, depois de treinar anos amarrada a uma boia. Sim, meus dias são mais luminosos quando me sinto tocada por uma energia de amor, mas meu ego se desmonta quando isso se torna quase essencial no dia a dia. É como morfina. Um dia te conforta e depois te torna dependente para um dia te jogar na sargeta. E a sensação de amar é de conforto, um conforto viciante que mais tarde te faz mal. Quebra teu Ego, te faz imprestável. E dependendo da dose é quase irrecuperável. É um golpe duro para a alma. É como estar vivo e sentir-se putrefando como um corpo moribundo. Enfim, os dias nunca são iguais...

outubro 08, 2009

E...

E se um dia Deus se manifestasse em imagem, como seria?
Uma imagem de um homem velho barbudo parecendo Karl Marx? Ou manifestaria sua expressão no rosto de uma bela mulher? Seria um pintura? Uma paisagem? O que Deus escolheria para expor sua face? Tem gente que jura ja tê-lo visto e ouvido. Tem gente que desacredita, tem gente que finge ver, e tem gente que ignora a presença Divina. E Ele está aí, o tempo todo, em todos os lugares. Dentro de nós. E por todo Universo.

outubro 07, 2009

..

Queria mais uma taça daquele vinho com bolinhas. E com ela poder me jogar em um mundo irreal. Mas, minha mente é clara e nem sequer uma garrafa de vinho me tiraria da realide. Um caldo de cana ou uma coca gelada. Não importaria a bebida que me ludibriasse, não daria nome à droga que conseguisse me jogar para o mundo da ilusão. Não saberia mesmo distinguir suas diferenças seus rótulos. Queria sim uma chance para sonhar. Queria a vida de novo, perder a noção dos passos duros, do coração ingrato. Queria uma poção que me fizesse esquecer por uma fração de segundos aquilo que sou. E tudo o que penso ou sinto. Mas nada, nem ninguém mudará minha realidade, nem mesmo aquilo que chamo felicidade.

outubro 06, 2009

insônia

As noites sao curtas para as boas horas de sono e longas quando se rola na cama. Vê-se as horas não passarem, ouve-se grunhidos, chiados, batidas. Vê-se a lua se deslocando e as estrelas se despedindo. Fecha-se os olhos e nada acontece. O corpo sob constante tensão. E nem um breve relaxamento ajuda. Que longa a noite. Meus olhos ardendo e meu corpo movendo-se na cama. Não há uma posição confortável nessas horas. Os pensamentos viajam para o passado, para o futuro. Pensa-se na possibilidade de ser triste e de ser feliz. Vê-se no caos e na luz. Os bichos noturnos vêm e vão e o dia amanhece. Os pássaros já anunciam o inicio do dia. SInto um cansaço físico, mas uma sensação de contentamento me toma. Há algo no ar que ainda não consegui diagnosticar. Há ums energia boa, um presságio de bons fluídos. Há a esperança da vida. E tudo vindo após uma noite mal dormida .

outubro 05, 2009

moi même


Um dia lindo e quente de sol, e uma noite agradável. Hoje caminhando nas ruas do centro, senti gostas de suor, coisa que há tempos não sentia, me senti estranha, como quando menstruei pela primeira vez. Uma sensação única de desconforto e de descoberta. Um momento de espanto... '-Oh o que é isso?' Sim, transpirei, mas foi mínimo e rápido e meu raciocínio mais rápido ainda me propôs um texto. Um Ode ao suor. E há anos que venho me questionando sobre a vida e o comportamento humano. Sobre nossas fragilidades e nossos temores. E a hipocrisia das pessoas que impera no dia a dia. Como falam e fazem besteiras e temem assumir seus própios preconceitos. Uma porção de gente diz que a inteligência é o fundamental em alguém, mas as mesmas pessoas sempre acabam escolhendo um bonitinho burro. E de que vale a beleza? Uma beleza oca sem conteúdo, sem atitude. Um simples gesto e o ogro se torna príncipe e uma simples palavra e a princesa se apaga. Mas o preconceito sempre reina e impera. Tenho defeitos e já tive mais. Tenho coxas grossas e dentes tortos, peito de mais e bunda de menos...meus olhos não enxergam bem mas minha intuição me faz ver além da alma. Já ouvi muito e fiz que não vi, já senti rejeição e mostrei meus talentos.. e descubro no dia a dia a face verdadeira das pessoas. Sendo como sou, sou verdadeira e vejo a verdade. Não sei até que ponto me faz bem a realidade, mas cravo meus pés no chão diante das mais bizarras situações. E justifico minha realidade. E crio um pouco de mim. E respeito o muito do outro. E enfim sigo sem medo...o caminho do que penso ser verdade.

outubro 04, 2009

náusea

Hoje escrevo sem direção, sem opção.
Meu bom senso se perdeu, minha orientação perdeu a noção. O dia se passou um espasmo momentâneo se fez. Minha cabeça lateja e sinto minhas víceras se contorcerem. Minhas emoções se misturam com meu estado crítico de sentir o mundo. Não tenho olhos para o amanhã, pois tudo é tão distante quando se vive constantemente o presente. Meu corpo é frio e nem se quer uma gota de suor expele. Sinto-me como se as portas se fechassem, porque sou bizarra, eu não suo. Devo causar inveja a muitos, mas estranhamente me cobro o tempo todo. Onde está o meu suor? E indiferente de tudo, minha mente vagueia e ronda a lâmpada como um inseto nervoso. Às vezes posso sair pelo teto, pois tudo gira ao meu redor. È a náusea que pega mais, sinto uma vontade imensa de por o que tenho dentro para fora, e não estou falando de comida, é de emoções. Sinto uma onda de saliva doce-amarga porque as emoções que retenho são de carinho e não de mágoa. O amargo é o medo que se aloja. Um medo ingrato de mostrar a verdadeira face doce, por trás de uma carcaça dura. De um coração imponente. A náusea sossega o âmago que sofre, tira a atenção do Caos. Mostra o lado físico que se esconde. Meu caminho é de pedras mas minhas pisadas são suaves, delicadas. Olho bem por onde piso e o que escolho não espero resultado, apenas jogo como uma chance para o destino. O mérito que decida o que fazer.
Enquanto isso, tudo está longínquo e sereno, e suspendo minhas expectativas, já vivi e morri delas e simplesmente as deixei de lado. Já não preciso mais delas, já não me são mais bemvindas e sim as trato como simples acaso. Um pequeno acidente. Meus olhos estão pesados e não raciocino muito. A luz incomoda, mesmo me sentindo numa leve penumbra. Tento esquecer de momentos relapsos e sem noção. Meu momento agora é viceral. É a náusea. Seria o resultado de conflitos emocionais e de dois goles de rum. Seria um estado de embriaguêz da consciência. Uma tentativa frustrada de excluir os erros do inconsciente. Uma tentativa de digerir e expelir aqueles velhos conteúdos implícitos. Assim se foi, assim se vai, de tempo em tempo precisamos da náusea para curar. Precisamos que nossas víceras gritem e supliquem e que devemos uma atenção redobrada para nossos conteúdos internos. Precisamos gritar e implorar perdão para nosso corpo, para nosso coração. É o momento exato de crescer. E é apenas um dia a mais, ou um dia a menos. Um dia a menos para nos maltratar. Um dia a mais para aprendermos. E quando o desespero rondar nossa porta, fingimos não estarmos. E se ele insistir, abrimos a porta fitamos seus olhos e enfrentamos sua fúria. Nosso peito se abre, nossa mente também. E basta seguirmos em frente, mesmo quando tudo pareça tão distante.

setembro 28, 2009

Contemplãção

Meu momento é de contemplar...
contemplar o dia a noite,
os amores, os dissabores...
a vida, a morte...
serenamente contemplar
as dores, os feitos, os malfeitos, os defeitos...
contemplar apenas
desapegando de tudo...
deixar ir e vir...
desacrediar em verdades inventadas...
simplesmente
Contemplar...

(...)

(...) Nessa mesma noite gaguejara uma prece para o Deus e para si mesma: alivia minha alma. faze com que eu sinta que Tua mão está dada à minha, faze com que eu sinta que a morte não existe porque na verdade já estamos na eternidade, faze com qque eu sinta que amar é não morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte e sim a vida, faze com qeu eu sinta uma alegria moedesta e diária, faze com que eu não Te indague demais, porque a resposta seria tão misteriosa quanto a pergunta, faze com que eu receba o mundo sem medo, pois para esse mundo incompreensível nós fomos criados e nós mesmos também incompreensíveis, então é que há uma conexão entre esse mistéro do mundo e o nosso, mas essa conexão não é clara para nós enquanto quisermos entendê-la, abençoa-me para que eu viva com alegria o pão que como, o sono que durmo, faze com que eu tenha caridade e paciência comigo mesma, amém.

Texto extraído do Livro dos Prazeres
Clarice Lispector

setembro 27, 2009

Simplicidade

SIMPLICIDADE

É SER ENCANTADOR INDEPENDENTE DO QUE SE TENHA OU O QUE SE É.

(...)

(...)-E então você não quis mais nada disso. E parou com a possibilidade de dor, o que nunca se faz impunemente. Apenas parou nada encontrou além disso. Eu não digo que eu tenha muito,mas tenho ainda a procura intensa e uma esperança violenta. Não esta sua voz baixa e doce. E eu não choro, se for preciso um dia eu grito, Lóri. estou em plena luta e muito mais perto do que se chama de pobre vitória humana do que você,mas é vitória.Eu já poderia ter você com o meu corpo e minha alma. Esperarei nem que sejam anos que você também tenha corpo-alma para amar. Nós ainda somos moços, podemos perder algum tempo sem perder a vida inteira. Mas olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos.Temos amontoado coisas e seguranças por não termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que já não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que amor diga: tem medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amos para não termos de reonhecer sua contextura de ódio, de amor, de ciúme ede tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido piros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer 'pelo menos não fui tolo' e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temoms sorrido em públio do que não sorríríamos quando ficássemso sozinhos. Temos chamado de fraqueza nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso escapei disso, Lóri, escapei com a ferocidade com que se escapa da peste, Lóri, e esperarei até você também estar mais pronta.(...)

Trecho extraído do Livro dos Prazeres de Clarice Lispector

setembro 25, 2009

EU VI...


Eu vi o tempo correr e tímida, simplesmente deixei que fosse... Perdi a noção daquilo que deixei. Esqueci de viver momentos que se mostraram felizes.

Desaprendi...

Desmereci...

Depois da vida, o mérito da morte...

Depois do amanhecer, o início do Equinocio...e de que vale um solstício sem o objetivo de recomeçar?

Em breve, momentos se ajustarão ao caos...

O caos de meus próprios desencontros, de meus prórpios desejos.

Seguirei em frente e idealizarei um Objetivo para o início do Equinócio... Desmembrarei minha alma de meu corpo e minha consciencia seguirá rumo ao Espaço Sideral...olharei de lá Um Límpido Ponto Azul, brilhando dentre fagulhas e rabos de cometa...Observarei o lado oculto da Lua e contarei crateras omitidas... E entre um momento e outro pegarei carona com uma nave espacial e explorarei Planetas desconhecidos....

Meu mundo está alem das estrelas...

Minha consciência viaja no espaço-tempo...

E dizem que minha loucura é apreciada...

Minha loucura é consciente..

Minha loucura é por todos desejada...

A verdadeira loucura

É simplesmente deixar de viver a própria insanidade de ser Feliz

setembro 23, 2009

medo 2

Tenho medo de encontrar em você...
a parte que nego em mim.

setembro 21, 2009

Uma hora a mais

Queria uma hora a mais ...

pra te sentir mais perto..
pra te olhar melhor...
pra me inspirar

Apenas uma hora a mais
e beijaria o horizonte
beberia o orvalho
choraria a chuva...

caminharia sem destino
ouviria Chopin
cantaria uma ária
desistiria de morrer....

E em instantes
meu pensamento flui
minha alma sorri
meu sonho partiu...

Medo!

DE ONDE VEM O MEDO?

DO CONSCIENTE?
DO INCONSCIENTE?
DO SUBCONSCIENTE?

DO DIA
DA NOITE..

DO IMAGINÁRIO
DO SUBMUNDO

DA MORTE?
DA VIDA?

O MEDO VEM DE NOS MESMOS...
O MEDO VEM DE VOCÊ...

DOS OLHOS TEUS..
DAS TUAS FRAQUEZAS
DE TEUS DESATINOS...
DE SEUS DISSABORES......

E QUANDO MENOS SE ESPERA ELE ESTÁ ALI, BATENDO NA PORTA TUA...
TE FAZ SOFRER
SUAR
PENAR..
TE FAZ DELIRAR
DESACREDITAR

O MEDO DE AMAR
DE SOFRER
DE PERDER
DE GANHAR
DE SER TRISTE
DE SER FELIZ

MEDO MEDO MEDO MEDO MEDO MEDO
E É APENAS UM SENTIMENTO...
UMA IRONIA DO INCONSCIENTE....

setembro 20, 2009

je me sens poète, jour après jour

setembro 19, 2009

moi

je ne suis pas heureux , ni triste
je suis poète..

momentaneo

Momentaneamente tudo vem e tudo vai,,,
A efemeridade nos guia, nossos olhos nos cegam, nosso tato se confunde em busca das verdades mais profundas...
Um gosto, um desgosto e o dia se acaba...
Uma sede me seca..um fome inacabada...
um encanto que se desencanta...
e na luz da manhã o orvalho se desfaz...
Um grito surdo.
Um olhar perdido.
Um peito aberto.
Uma ferida que sangra.
É o dia...É o dia diz o poeta, engasgado com sua propria poesia relapsa...
É a noite ...É a noite...
A efemeridade do dia...
a eternidade da noite...
um pouco de sol
um pouco de lua..
uma interfase
um eclípse que desorienta o astrólogo.
Uma oportunidade de vida..
pode ser a morte..
pode ser o começo
pode ser o meio
pode ser o fim.
Um sentimento que se esconde
uma vontade latente que se esvai...
Um poema perdido.
sem rima, sem dor.
sem não, sem sim
sem meio
começo
nem fim.
e Só..
como uma insignificante lágrima.

setembro 11, 2009

fome

...Sinto uma fome descontralada
nao sei de que...
Os alimentos já nao tem a mesma funçao...
ja nao me dao sustança...

Minha fome é agora de vida...
um desejo indecifrável...

meu peito em frangalhos
minha estadia vaga...

...e aquela fome que nao acaba.
uma fome intrínseca...
uma busca desmedida das verdades da alma...

setembro 10, 2009

destino

...5 horas, é o momento de arrumar as coisas, em 20 minutos posso encontra-la no cruzamento...
Onde estao meus sapatos? Malditos sapatos, deveria ter deixado em um lugar mais a vista..as chaves? God! Onde estao as chaves??? 5 :10 e eu aqui nesta enrolaçao...perderei o encontro forjado... o que nao se faz para ganhar um oizinho....
Parecia uma adolescente que acabara de encontrar sua primeira paixao...-gente meu coraçao está anos luz da minha boca...o que é isso?
Mesmo com uma vasta experiencia amorosa, Ruth nunca havia sentido tamanho alvoroço...tremia, suava, andava de um lado ao outro...pensava o dia todo na roupa que iria vestir...e era apenas um encontro forjado..Ruth descobrira sua ambiguidade à pouco tempo, sempre gostara de meninos, e nunca havia pensado na possibilidade de apaixonar-se por uma menina. Seus 22 anos bem vividos com decepçoes, altos e baixos e a certeza da sua heterossexualidade era indiscutível..Mas, o coraçao surpreende e assusta. Naquela fatídica manha ensolarada, Ruth andava no parque com seu cachorro labrador caramelo, cantarolava a música de seu I pod de última geraçao... Bjork era a sua preferida....tinha um gosto moderno para música e estava sempre buscando coisas novas, pois sentia sua alma preenchida...
Voltando para sua casa, no cruzamento das 2 avenidas principais da cidade, as únicas mais movimentadas...topou com Ana, uma garota descolada e com o visual mais moderno que Ruth já havia visto..Aquele vestigo preto e aquele cabelo liso escuro, com uma franja perfeita. Suas tatoos chamavam a atençao pela graciosidade, distribuída naquele belo formato de corpo...Ruth sentiu-se de súbito atraída por aqueles olhos negros penetrantes... Ana com seu carisma e loucura por animais foi logo perguntando o nome daquele belo cao labrador caramelo. _ Sultao! Respondeu Ruth. -Que belo nome, combina com ele. -Obrigada! Respondeu Ruth encantada...Seguiram ambas, cada uma para seus destinos. Ruth marcara no relógio a hora do encontro e indo contra sua vontade, nao conseguia parar de pensar naquela morena de olhos escuros penetrantes. Seu corpo trepidava e sua cabeça sofria de um colapso. Tudo o que era verdade para ela, naquele momento ruiu. Ruth sentia-se atraída por uma mulher e nao sabia como lidar com aquilo. Era uma mistura de emoçoes boas e ruins. Era a alegria da descoberta e o conflito de algo tao bizarro dentro de si. Pensava em reencontrar a morena, pensava minuciosamente como iria encontrá-la, o que diria, que roupa colocaria... De quando em quando, sentia-se perdida e torturada por seus proprios pensamentos..sentia-se traída...era algo aflorando de forma intensa e desconhecida. Ruth perguntava-se se aquilo era certo, às vezes batia um grande desespero por nao saber conter suas emoçoes..saía e cantava alto, quase gritando...era a sua catarse.
Ruth nao consguia conter-se, decidiu entao esquecer a bela morena. Decidiu voltar a viver sua vida voltada para meninos...mas seu coraçao batia forte toda vez que atravessava aquele cruzamento...
...me desencontro apenas
dia apos dia...

...eloquencia

...E ouvia de longe aquele som surdo...sentia enrubecer a face...
Um murmurio apenas... e os batimentos aceleravam..
queria mais um minuto...apenas...
mas o sol cegava minhas vistas cansadas...
Sentia teu corpo junto ao meu e uma necessidade da alma...um segredo guardado a 7 chaves...
um medo latente de que tudo se esclarecesse em meio a sorrisos...maliciosos sorrisos..
Nada era mais agradável do que sentir teu cheiro tao perto, por tanto tempo...
nem um olhar explicitaria o mais profundo dos sentimentos...
era o mais precioso dos segredos já guardados, ja inexplorados, já esquecidos...
Apenas mais um minuto e tudo deixava de ser...mais um descuidado e relapso olhar e o encanto se quebrava...
O que se passava com meu corpo naquele momento? Por que aquela taquicardia me sufocava aos poucos...tentava me conter, mas uma emoçao fugia do mais profundo inconsciente...
Meu foco precisava ser desviado, minha vida estava em jogo...
mas aquele teu cheiro doce...exalando no ar...fazia com que meu foco se voltasse para dentro de voce...
Meus caminhos nao sao tao doces, minha fé, nao está tao potente...procuro desacreditar em tudo que sinto, é o caminho mais fácil...é disso que preciso para me manter em equilibrio...
Mas, os caminhos do coraçao sao torturosos e surpreendentes...fascinantes e decepcionantes...
Mesmo olhando de forma profunda para os olhos teus. Disfarço o desencontro...e faço com que desacredite em tudo aquilo que sinto....

...legado

O indecifravel mundo que caminho...
me cega, ... emudece
Às vezes me sinto imunda de meus proprios pensamentos...
sinto-me vaga...ausente...incompreensivel..
Um momento de dor...
uma causa
uma opçao..
uma incosequencia vinda oriunda de desejos incontrolados...
um querer mais que o corpo necessita...
um desejo implicito...
e o corpo arde.. e o pensamento vagueia
incontrolavel como o vento...

Meus desencontros sao casuais...
Me encontro em ideais ilusorios...

me despeço de meus proprios atos..
sigo em frente, e os obstaculos avançam por sobre meu corpo...

Busco a reflexao...(é o que me resta, no caos de mim mesma)
Os dias e as noites sao eternas...e meus por ques, sao longos.\
Uma profunda e intensa agonia se acomoda em mim, me toma de forma intransingente...
Queria um pouco de luz...
Queria um pouco de serenidade...
Mas o coraçao é ingrato..
e o tempo excasso...

Chegará o dia em que nao haverá mais desculpas nem pseudonimos...
Chegará o dia da verdade...
e meus olhos cansados lacrimejarao...
e meu peito adoecerá...

e mais uma saudade cicatrizará minha permanencia...

setembro 02, 2009

vazio

Um estalo remoto se deu
meu coração aflito
minha alma ausente.

Meu estado de embriaguês natural
meu estigma que se esvai

Enquanto procuro um caminho a seguir
meu peito latente
meu enigma oculta
minha vasta vontade de conhecimento me salva de dias cinzas..

Minhas mãos gesticulam uniformes
tendo a andar em círculos

Aos olhos teus pareço perder-me em meus próprios pensamentos
mas é apenas uma impressão descabida.
Meu caminhar é certo
porém , meus passos são lentos.

A distância entre mim e meus pensamentos
são determinados por ondas de vento.
Sinto na ausência do pensar um alívio imediato.

Medito naturalmente sob as árvores do parque.

Meus dias são mais coloridos
e minhas noites estreladas.

meus olhos procuram incansavelmente um foco de luz
um futuro espelhado
um ´mar espelhado

minha vida resume-se na ausência
uma ausência provocada
um estado de inanição social

Sinto-me sufocada pelo dia a dia

Sinto-me vazia
Oca
insossa

sinto-me como se meus dias se prolongassem sem um objetivo nobre
e que isso ja me bastasse.

Então...
Busco no âmago minhas respostas
E ansiosa espero uma resposta nunca antes dita.
Busco na luz do dia e no canto dos pássaros a paz inefável que se ausenta...
E ela está lá, eu posso sentí-la, mas não sei como possuí-la.
Vejo na Lua o reflexo de meus sonhos, de minhas expectativas, de meus caminhos esquivos.
Vejo no Sol um novo dia, um novo amanhecer.
Vejo e desacredito
vejo e insensível, apenas deixo ir.

O medo que me prende
é de ver o que deixei
é de desmerecer o que vivi
é de esquecer o que aprendi.

setembro 01, 2009

POESIA CONCRETA

INACREDITÁVEL
INABALÁVEL
INDIZÍVEL
INCOMPREENSÍVEL
INDISCUTÍVEL
APOS
ANTES
POS
COM
EU VI
ENTENDI
ESQUECI
CORRI
UMA POESIA CONCRETA QUEBRA O GELO
UM DIA DE SOL SORRI
UMA ÁRVORE DESCABELA-SE AO VENTO...
VISIVELMENTE MEUS OLHOS TRISTES ENCONTRAM A LUZ...
ENQUANTO CAMINHO
PENSO NO IMPENSÁVEL
DIGO O INDIZÍVEL
CHORO LÁGRIMAS QUE SE DESENCONTRAM
E DESENCANTAM
E TUMULTUAM
VISUALIZO UM RESQUÍCIO DE PAZ
MAS É APENAS UM ESTADO ILUSÓRIO.
O CÉU CHORA...
MEU VENTRE DESENCONTRA O AMOR
CAMINHOS LEVAM E TRAZEM E DISFARÇO MINHAS DORES...
A VIDA É APENAS ISSO...
UM VASTO E EFÊMERO ENCANTO.
UM DESESPERADO DESENCANTO TAMBÉM.
UMA DOR
UM VAZIO.
UM ENTARDECER AUSENTE.
MINHA MELANCOLIA LATENTE SE EXPANDE.
MEU CORAÇÃO CANSADO SE ESFORÇA NA PERMANÊNCIA.
SEM DIA, NEM NOITE
SEM SOL NEM ESTRELAS
UMA CONTÍNUA AUSÊNCIA APENAS ...
SOBREVIVO DE MINHAS LÁSTIMAS
MINHAS DORES COMPRADAS
MEUS MOMENTOS RESOLVIDOS.
UMA ÁRVORE QUE RENASCE
UMA ROSA QUE SE ABRE.
SIM
UMA SEMENTE DE ESPERANÇA SOBREVIVE À AUSÊNCIA.
UM SINAL DE SERENIDADE.
QUERIA VER A VIDA FUTURA COM MAIS CORES.
UM FUTURO QUE NÃO CABE A MIM
MAS A MEUS PRÓPRIOS MÉRITOS.
UM DIA DE CONQUISTA
UM DIA DE VIDA.
UM DIA EM QUE EU POSSA TER A CONCRETIZAÇÃO DAQUILO QUE SINTO.

agosto 23, 2009

.

Às vezes a vontade de partir é grande...

muito grande.

agosto 11, 2009

Giles (conto)

...Era uma mansão afastada, isolada da cidade grande, havia um jardim cinematográfico com uma grama verde brilhante e colorido de flores; havia tulipas, rosas, margaridas, havia ali especies raras e muito bem cuidadas. Havia também um pequeno lago, que expandia luminosidade, ao fundo árvores com seus braços ao alto se descabelando com o vento, árvores com suas folhas laranja e suas flores que alternavam de cores ora azuis, ora amarelas, ora rosa. Era um paisagem de monet. O poeta das cores. E a casa enorme, de cor branca com sua fachada histórica e poética. Ali habitava uma família rica e tradicional, junto com seus 6 empregados. Ali habitava Giules, com seus 5 anos de idade, filho de pai diplomata e mãe metódica. Giles vivia sob a guarda de seu mordomo, com seus afazeres de adulto. Giles era uma criança que estava sendo eduacada como adulto. Perdia aos poucos a naturalidade da infância e sentia falta de sua vida mais lúdica. Em sua casa de mais de 30 cômodos, havia um sótão, simples e esquecido. Giles havia esquecido quarto do sotão. A chave estava mocada em um canto qualquer.Peter seu mordomo o acompanhava desde o acordar, vestindo suas roupas, levando seu café da manhã, não deixando que nada faltasse. Giles não tinha uma vida própria, mas prematuramente sentia falta de liberdade, de autonomia. Tinha uma consciência prodígio.
Houve uma manhã onde Giles acordou decidido, pensava em não obedecer as regras da casa, queria explorar algum lugar. Acordou mais cedo que costumava, e nem se quer trocou o pijama, saiu todo serelepe pelos corredores infinitos de sua casa com seu pijama listrado, com os seus cabelos ruivos em pé. desviando de móveis caros, derrubando vasos chineses. Alguns dos empregados da casa que já estavam despertos tentavam em vão detê-lo. Giles disparara por cantos desconhecidos de sua casa. Subia e descia escadas em uma total algazarra. Seus pais nunca paravam em casa, sempre viajando, resolvendo negócios do Governo. E Giles aproveitando de uma das inúmeras ausências, decidiu simplesmente, ser criança, nem que fosse por um único dia. Já que o regime militar da casa era rígido. Giles em seu desespero por infância, na corrida torpeçou em um tapete e este escorregando derrubou um vaso que quebrando libertou uma chave. Uma chave que Giles nunca tinha visto antes. Tinha um aspecto de antiguidade e tinha ferrugem nela. Giles não pensou duas vezes, o único cômodo da casa que desconhecia era o sotão. Subiu imediatamente até lá com ansiedade lúdica pegou a chave olhou para o buraco da fechadura e experimentou, girou-a e a porta destrancou. Giles boquiaberto, olhou para o quarto que tinha uma leve penumbra, a luz do sol vazava a cortina dando um feiche dourado mágico no ambiente. Giles podia visualizar alguns moveis cobertos e entre eles um velho baú. Giles não hesitou em abrir aquele baú imediatamente. Lá estava alguns briquedos. Um trenzinho, 4 bonecas antigas de louça, com vestidos rodados, uma bola colorida, 1 jogo de montar, um pequeno cavalinho de balanço e um carrinho, um ford conversível vermelho de ferro. Giles nunca tinha sentido tanta alegria em sua vida, tinha descoberto agora um verdadeiro tesouro. Pensou em guardar segredo para toda a sua vida. Giles guardou seus brinquedos, fechou o sotão e voltou para sua vida adulta cotidiana. Sua vida prosseguiu monótonamente, mas como dormia cedo, Giles esperava todos irem para seus aposentos e em silêncio subia ao sotão para viver sua infância escondida. Uma noite qualquer, no céu havia mais estrelas e podia se ouvir os grilos em sinfonia. As aves noturnas gracejavam algo mágico acontecia. Giles brincava com seu trenzinho distraído. E ouviu um barulho surdo vindo de dentro do velho baú. Giles assustado, arregalou seus olhos e foi ai que se deu conta de que algo à sua volta acontecia. Seus briquedos criaram vida, seus brinquedos sofreram algum tipo de encanto e eram agora seus amigos. As bonecas brincavam de roda, os monta-monta tomavam formas de brinquedos e festejavam. A bola pulava e rolava seu trenzinho andava em círculos. Giles deixava de ser uma criança solitária, tinha agora amigos encantados. Brincava e cantava, pulava e ria alto. Liberava suas emoções. Chorava de felicidade. E então, as horas se passaram e o dia amanheceu, uma luz dourada furtava seu sono, Um abrupto abrir de portas e Giles acordou, seus brinquedos continuavam no baú, sua vida continuava monótona, seus dias vazios. E uma vontade intensa de viver a infância o tomou...

melancolia

Uma breve melancolia e o horizonte se mostra como se fosse o melhor amigo. Um estado esquivo me toma e me projeto para o infinito. Um momento único de solidão e um vazio singnficativo toma minha alma. Meu corpo inerte e minha mente expande. Um banco de rua e um mar no horizonte, um céu estrelado e uma lua nascendo. Um lugar próprio, um refúgio da alma. Os dias e as noites e um mar de estrelas. Um mar de melancolia. Um vento soprando e um leve zumbido no ouvido. E então, me vejo lá. E insisto em não pensar. Insisto em não ouvir. Insisto em não ser. Apenas a energia pura do coração sobrevive. Uma chuva de cores desaba do céu estrelado. Encontro nas cores a cura para minhas dores. Um breve silêncio me toma. Sinto um pouco de medo. Medo do que já sei. O improvável me conforta. Mais um dia se vai, nesta minha pobre jornada. Enquanto foco meus pensamentos em coisas supéfluas, desisto de momentos de felicidade. Desacredito e volto a acreditar. E o amanhã? O dia que amanheça, apenas o viverei. Com o pensamento voltado para a noite, para o mar de estrelas. E quem me disse que a verdade é o melhor? Iludir-se é uma alternativa para amenizar as lembranças somada com a melacolia da verdade. Meu vazio é voluntário. Minha dor é comprada. Meu mundo se mostra bonito, mas meus olhos enchergam além disso. Quero um pouco de cuidado. Quero aprender a me importar com as coisas que vão além de mim. Quero parar de girar em torno de meu prórprio mundo e olhar os sentimentos alheios como se fosse o mais importante de tudo. Embora poucos mereçam. Minha consciência me torna a cada dia mais dura. Desconfio da minha frieza, estou me tornando tirana e isso me torna segura, mas insensível. Deixo de sofrer por picuínhas, mas perco de viver intensamente as emoções. Em que etapa da minha vida esqueci minha ternura? Que frase doída, que texto duro. Meu espelho não reflete mais o que sinto, reflete o que deixei de ser. Reflete uma alma dura que em alguma fase da vida esqueceu o que é ternura. E nem assim esqueceu o que é amar. Minha esperança é de que a ternura não tenha se perdido, que apenas repousa em alguma fase da vida, e que em algum amanhecer qualquer, apareça de mãos dadas com uma taça de carinho despertando um coração ingrato que perdeu-se em seus próprios infortúnios.

agosto 09, 2009

Peralta

...Eu ainda consigo sentir o cheiro da infância. Quando olho para o horizonte, quando pego nas mãos um chocolate prestígio, consigo viajar no tempo. O cheiro do pretígio ainda embalado me leva de mãos dadas com meu pai no bar da tia. Me lembra minhas peraltices de quando criança e fazia coisas erradas mas com um tom de inocência. De ainda mentir para o padre, do tempo de inventar pecados. Me lembra de vezes que roubava garrafas do bar da tia e vendia para ela mesma. De quando os refrigerantes tinham tampinhas premiadas e eu abria engradados e fechava de volta. E quando enfim, encontrei uma premiada, troquei várias vezes pelo prêmio porque pegava a tampinha de volta sem ninguem ver. Ah tempos de peraltices, de uma inocência perdida, de uma ingrata pura. Sinto o cheiro de tudo no ar. A magia do tempo, os encantos e desencantos. Os sonhos e o desacreditar. O que fomos e o que somos. Implícitamente, explícitamente...de quando em quando recordo. De quando em quando rio sozinha. De quando em quando choro de saudades. O amanhã srpreenderá.

julho 26, 2009

ir

Sigo, sigo, sigo não sei onde chegarei...vejo à minha frente a luz do dia, mas o sol ainda se esconde. O dia é por hora cinza. Gosto de sentir bons pensamentos. E ouvir palavras de carinho. Mesmo que pareçam mentira. E finjo acreditar. Palavras são apenas palavras, os gestos que realmente dizem a verdade são sempre toscos. Sempre bizarros. Não condizem com as palavras. Porque nem sempre palavras são ditas com o coração. E as máscaras caem e me dizem quem são. Meus dias e noites podem ser longos, mas já aprendi a conviver com realidades indesejáveis. Já não choro nem suplico. Apenas sigo. Mesmo com meu senso de realidade, acredito em cores. Acredito que o cinza possa ser momentâneo. O céu se tornará púrpuro e minha solidão será compensada pelo canto dos pássaros. Seria parte de mim um protótipo de felicidade roubada? Seria minha caminhada curta e desinteressante? Não importa o quanto caminho, importa o que encontro no meu caminhar. Minhas dores intensificadas, meus amores sem rostos. Minha solidão intrínseca. Fujo para lugares de paz mentalmente, enquanto permaneço em um estado inerte de concepção. Minha despedida se aproxima e desacredito totalmente no amor. É triste e solitário amar.E é visivelmente dolorido. É engraçado contradizer-se, porque talvez de tanto amar e doer suplico pelo vazio. Sinto como se estivesse vacinada e sentisse um desejo secreto por amar novamente. É quase uma doença negada. É como se o viciado percebesse o mal do vicio, entrasse em tratamento, conseguisse se livrar e desejasse profundamente aquele estado de embriaguez lúcida, de um confortável entorpecimento. Minha vida agora clara. Parece que sofreu uma injeção de mudanças. E eu amo mudar. O desapego é meu maior desafio. Perco e ganho. Sofro consequências. Choro de dor e agradeço quando me vejo livre do calvário. Aprendi que passa, tudo vem e tudo vai e a estrada sou eu. Meu ego sofre e amadureço com as despedidas. Crio uma alma translúcida e quando olho aos céus pergunto de forma sincera ao Criador... Por que me trouxestes aqui?

cold



Minha alma é gélida...meu corpo sofre de um leve tremor. O horizonte chora sem parar. O sol esqueceu-se de nascer. Já não mais vejo sua luz, tampouco sinto seu calor. Olho em um ponto fixo e me perco em pensamentos. A distância é um prenúncio, um agradável prenúncio. Mas os dias tomam um gosto prolongado e angustiante, porque nada é revelado. Meu pés pisam descobertos o piso frio. Sinto aquela gélida sensação invadir-me de cima a baixo. Sinto o gosto da noite. E espero ansiosa um beijo da madrugada. E o frio me toma. Me gela. Me cospe. Me espelha. Me faz pensar. Me faz criar. O frio é um agradável aliado num momento de partida. O frio me diz quem sou e o que posso viver diante de mim mesma. O frio da minha alma se estende. E às vezes me sinto escrava de minhas próprias armadilhas vazias. Me refugio no vazio, pe escondo no silêncio. E tudo que faço toma um gosto colorido. Me concentro nas minhas verdades. Mesmo sendo elas inventadas. Me esquivo da dor. Meu soluçar é inevitável. Meu caminho é de luz e plenitude. O amanhã me convida. E quando te ver chorar nas despedidas sentirei uma náusea inconsequente. E quando veres que realmente fui sem deixar rastros da minha sombra, sentirás o sabor amargo do vazio latejando em teu leito. Ouvirás minhas súplicas ecoando em seu espaço e então perceberás o quão grande era o espaço completo entre nós. Queria eu ter um poder inusitado de voltar o tempo, de viver com intensidade alguns momentos esquecidos em silêncio. Queria eu poder fitar-te os olhos e sentir o frio cruzado de uma paixão implícita. Enquanto escondes de si o que pensa e o que sentes. Buscas em quimeras complementar o seu vazio. Minha alma não quer saber mais de exclusões. Minha alma está saturada e segue em frente. Meu coração vazio agora calmo, agora em paz. Não suplica mais por amores. Amores se desfazem com o tempo e com eles se vão um pedaço de nossa alma. Minha alma infinda se põe triste. Meu coração já não mais sente. Meu coração se auto-pune. Meu coração olha friamente para a alma que se aproxima e se esquiva. E pergunta-se constantemente: Por que bater? por que bater? por que bater?? Se sempre sabe que no final está sempre apanhando.

julho 20, 2009

e então...

...do dia fez-se noite e a noite é uma criança...
fatigada de um karma persistente...me recuso a entristecer. De que me vale a mágoa num momento de transição? De que valeria lágrimas quando o futuro instiga um novo olhar? Enfrento meus piores pesadelos sem medo. Faço deles um ponto de luz. A vida entrelaça-se sozinha. Mesmo olhando claramente para minhas fraquezas, percebo nelas minha força. Resgato meu encanto e sigo em frente. Quem sabe possa ter sido este meu último desacerto com meu karma? Quem sabe exista uma ponta de esperança no futuro de que este encargo esteja por fim resolvido e que possa me dar um pouco de trégua. Ainda sinto socos no estômago de lembrar de um passado estrangulado. De uma dor contida. De um sorriso roubado. Ainda consigo ver nos meus olhos o reflexo de situações constrangedoras que outrora me jogaram no abismo. Ainda retorno às lembranças e temo vivenciá-las. Ainda posso sentir um gosto amargo daquilo que não foi esclarecido. E o karma insiste...mas hoje o enfrento e verbalizo minha dor. Já não tenho mais espaço para mágoas. Já me basta um passado cruel. Já me basta uma estrada de espinhos. Aqui deixo meus trapos. Aqui endureço meu coração. Enfrento friamente o legado e cuspo no que não me agrada. Não mais guardo relíquias emotivas. Me desfaço do que me estringe. Me jogo na verdade. E faço que acredito nas minhas próprias verdades inventadas. Mesmo diante de situações confusas, mantenho a serenidade. Minha alma sofre. Briga com meus próprios conflitos. Meu dia é apenas momentaneo e a noite se estende. Mas a aurora chega para aqueles que depositam em seu coração uma gota rubra de esperança. O céu sorri em cores. Explode num horizonte infinito. O poema é minha fonte de energia e uma rosa se abre ferindo de beleza encrostada de espinhos o amanhacer.

julho 19, 2009

sobre a vida...

Onde perdi minha coragem? Onde deixei minha dignidade? Onde encontrei a covardia a rebeldia o descaso? Onde estará meu mérito, minha postura, meu impulso? O que me falta ver? O que pode representar? Será meu próprio eu excluído e rejeitado uma benção? Será o inescrupuloso caminho a verdade? Onde está o fim? E o começo? Será que me encontro no meio? Será que já me perdi? Que sede que não sacia. Que fome que não acalma. Que vontade mórbida de estagnação...E a inconpetência é de quem? Posso culpar? Posso julgar? Posso fugir de meu próprio destino? Vivo? Ou por um momento me descubro morta... Quem morre numa tarde de domingo? O sol se vai cedo. E a proliferação de nuvens acobertando o céu azul é densa. O dia e a noite? Um simples entardecer... uma vida que passa. Uma vida que se vai... A morte é a vida. A morte é o mérito da vida. É o destino final. A morte é o ciclo natural de tudo. A vida é nada mais que o caminho para a morte. A morte é na verdade uma possibilidade de vida. A vida é intrínseca a morte è o dia. Não chore a morte...a morte é simplesmente o objetivo final. Não chore a morte do dia. É apenas o início da noite. Ainda tem porvir a melancolia da madrugada. A hora de arrumar as malas. De pensar na partida. O amanhecer convida. O amanhecer é implícito. O amanhecer é a possibilidade de um futuro. Um futuro morto? Não, o passado é morto. O passado é inerte. O futuro é o encanto. O futuro é uma possibilidade de sonhar. O presente é o que é. O presente é zen. Pensar na possibilidade de vida e na possiblidade de morte é sabedoria. Pois tudo morre. O passado morre, o presente morre, o futuro morre. A caminhada se torna leve quando não se apega à vida. A vida passa. Meu corpo é luz. Minha existência é uma obra. Meu pensamento é quem me leva para o caminho de paz. Minha alma densa torna-se leve com uma prece. E meus olhos marejados enchergam na flor, a beleza da existência.

minha sombra

Sinuosas curvas me distraem, ofusco a visão desviando olhares, a busca é um incógnita aos olhos alheios. O que almejo não é aquilo que digo ser. O que me pertence, não será de outros o mérito. Meus caminhos são confusos e meu retrato me recompõe. Olho o entardecer em busca de respostas, as quais se encontram em mim mesma, mas a descrença me retarda o conhecimento. Piso no encalço de minha própria sombra, e mesmo assim não me conscientizo de quem realmente sou. Minha sombra é meu inverso. Meu retrato obscuro. Uma fonte ainda por mim desconhecida. Meus desencantos estão por ali escondidos. Meus olhos a ignoram, minha alma sente temor. Minha sombra tende a ocultar meu caminho de luz. Tirar o mérito da minha nobreza. De quem me escondo?
Já tentei fugir da minha sombra e já assustei-me com ela. Já tentei iluminá-la. Já a encarei e tentei em vão um diálogo. Meu desespero era tamanho. Minhas forças se perderam. Mas a sombra, astuta, apenas imitava meus gestos incansáveis debochando de minha sede de porques. O sol se pôs e a lua surgiu, e a sombra se tornou mais assustadora, agora com o reforço da calada da noite. A sombra paira sob meus pés. Tropeço em seu suor. Que consequentemente era meu também. As gotículas brotam em minha testa, na minha nuca e sinto escorrer fria e lentamente uma gota em minhas costas. O medo me possui e minha mente sofre com meus próprios monstros imaginários. Respiro pesadamente, mas não desisto fácil. Minha sombra são meus prórpios recalques. Minha sombra são meus piores pesadelos. Minha sombra é tudo o que nego. Preciso enfrentar a mim mesma. Preciso encarar a sombra. Já que fugir não funciona. E foi então que inspirei profundamente e olhei de súbito para a debochada sombra. Encarei sua obscuridade. Olhei cada detalhe de cima a baixo. E como se a sombra percebesse agora meu ato de coragem, acovardou-se e tornou-se dócil. Minha sombra não era tão assustadora. Minha sombra se fazia vilã por medo do escuro. Minha sombra criava monstros para proteger sua obscuridade. Minha sombra era agora amigável. Minha sombra era agora um retrato límpido dos meus passos.

julho 18, 2009

cuore ingrato

...E o dia fez-se noite...percorro por caminhos obscuros, mas a luz sou eu. A fronteira está distante e a lua nasce com seu rastro prateado. Sigo meu caminho, ouvindo meus próprios passos. O coração lateja. A dor me toma e sua pulsação é rítmica e frenética. Sim sigo a voz do coração..por onde me levas? Por caminhos torturosos. Por abismos inconcebíveis. E tudo me parece tão doce. Tão puro. Mas, a ingenuidade é minha pior inimiga. A raposa astuta ainda segue a vítima. Seus olhos sedutores e potentes não as perde de vista. E a caminhada prossegue. O dia está quase nascendo. A aurora boreal ilumina a madrugada fria. Seus flashes verdes neon dão um tom alegre e induzem a esperança. Ainda ofuscada e pálida, permaneço com o pensamento inerte. Sim a única parada seria o marco zero. Mas o pensamento ia além. O que mais sobressai é uma vontade incoerente de sobrevivência. Aquele coração ingrato não dá trégua. Uma doce lembrança e o maldito batia mais forte. Mas a realidade é dura. E suas lembranças são suas inimigas no momento em que o que mais importava era seguir em frente. Debater-se e brigar com seus próprios infortúnios emocionais era agora prioridade em sua vida. A vida não segue se não limpar o passado. A vida enrosca. O caminho seguido pode ser obscuro, mas seu passado era negro. Era apenas um amontoados de lembranças de amores mal resolvidos. Seu passado era morto, sem ação. Seu passado não tinha função nenhuma, a não ser a de enroscar a vida. O futuro está ali, na fronteira. Logo ali, em frente. Quase sendo alcançado. Mas o passado ainda a segurava. Como algas musgosas. Suas pernas se prendiam como se estivesse atolada no mangue, E só se ouvia o lamento do coração ingrato. Um lamento triste. Um fado. E mesmo estando exausta daquela luta inútil, mesmo sentindo que não saía do lugar, visualisava a fronteira. E não perdia a esperança. Já não me sinto derrotada. O dia amanhece, e o Sol irradia felicidade. Meus pulmões se inflaram com um ar seco da manhã fria. Sentia o orvalho tocando a planta dos pés. Tirei os sapatos para quem sabe o choque térmico da geada acordasse aquela mente confortavelmente dopada. À minha frente vejo um lago, com águas calmas. Jogo uma pedra e tiro a tranquilidade. O lago engole a pedra e ondas se forma em seu centro, espero alguns segundos e a calma volta a tomar conta do límpido. E assim é o coração. Águas turbulentas o tomam, e um tempo depois acalma, e se apronta para novas águas turbulentas. Os caminhos levam e trazem. Os sonhos se desfazem. A vida continua..e o mar quando quebra na praia é bonito, é bonito...

DIA

DIA
Um dia irritante de Tão BELO...

PARTY!

PARTY!
A vida é uma festa...

Formiga Lispector

Formiga Lispector
Perto do Coração Selvagem havia uma esperança intrínseca...