MUNDO PARALELO!

DESCUBRA!

RECOMENDAÇÃO!

Só não vá se perder por AÍ!

dezembro 02, 2008

Rabuja

Todos conheciam Rabuja, o cachorro vira-latas que pertencia a Seu Antonio. Rabuja era daqueles cachorros grudentos, que seguiam Seu Antônio por onde fosse. Tinha o pelo amarelado meio encardido sua calda parecia mais com um leque do que um próprio leque, tinha olhos castanhos claros que combinavam com a cor do pelo e um olhar tristonho, daqueles olhares pidões que comove qualquer coração endurecido. Antônio, tinha lá seus 45 anos e desde criança dizia que não passaria dos 48anos, dizia que queria viver pouco e bem, e não envelhecer para dar trabalho para os mais jovens. Antônio era marceneiro e mantinha seu trabalho digno daquela pequena cidade de litoral catarinense. Rabuja era seu fiel companheiro. Dia e noite, chuva ou sol lá estava o vira-latas enconstado em seus pés.
Era um fim de semana animado e Antônio aproveitara para beber um pouco mais da conta, já que estava há apenas 5 quadras da sua pequena casa. A hora foi passando e Antônio não hesitava em pedir outro copo de cerveja. Lá por umas tantas da madruga, já não tinha mais espaço para tanta garrafa e Antônio resolvera voltar para casa, cambaleando como nunca estivera antes, não encontrava a saída do bar, nem tampouco o rumo da sua casa. seguiu reto pela estreita rua de pedras zig zagueando, cantarolando baixinho ele e é claro seu fiel companheiro de 4 patas. Mas Rabuja era esperto, só andava pela calçada. Antônio não se dera conta de que cambaleava pelo meio da rua e quando fora virar a esquina, súbitamente um carro virou e pegou Antônio de cheio. Prontamente o motorista daquela camionete cabina dupla vermelha carregou Antônio para o pronto socorro local, já que a pequena cidade não tinha infra-estrutura para resgatar o atropelado. Antônio sofrera várias fraturas, seu rosto ensanguentado e seu semblante pálido, mostravam a gravidade do acidente que sofrera. Tendo ainda a gravidade da fraca infra-estrutura da pequena cidade, Antônio não resistiu aos ferimentos e faleceu ali mesmo, em cima daquela maca velha e precária. A cidade entristeceu com a notícia do óbito. Antônio era querido por todos e muito talentoso em seu trabalho. A manhã que deveria ser uma festa, transformou-se em tristeza. Antônio fora enterrado no pequeno cemitério da vila.
Nesse tempo, Rabuja desolado, não sabia o que tinha acontecido com seu dono, passava os dias entristecido sob as árvores esperando que seu dono surgisse de algum canto. Sentia profundamente a falta do seu companheiro, já não mais comia e a água, só bebia uma vez por dia, tanta era a tristeza.
Se passaram 7 dias e Rabuja na mesma situação de tristeza, quando os amigos de Antônio foram até a igreja para mandar rezar uma missa e para depois irem levar flores no túmulo do amigo, Rabuja os seguiu até o cemitério, lá chegando parecia ter reconhecido o túmulo do seu dono, deitou-se e com aquele olhar tristonho e pidão passava o maior dos sentimentos. Os amigos de Antônio, deixaram as flores, fizeram algumas orações e voltaram para suas casas, Rabuja os seguiu de volta. No outro dia, logo de manhã, Rabuja retornava ao túmulo do seu dono, e lá farejava tudo que via, deitou-se como no dia anterior deu um tempo e voltou para a antiga casa.Agora abandonada. Rabuja fazia isso todas as manhãs, e com o tempo foi ficando debilitado com sua tristeza. A depressão da perda fizera rabuja desistir da vida. Rabuja morreu exatamente 1 mês depois de seu dono, e foi enterrado ao lado do túmulo de Antônio.

Nenhum comentário:

DIA

DIA
Um dia irritante de Tão BELO...

PARTY!

PARTY!
A vida é uma festa...

Formiga Lispector

Formiga Lispector
Perto do Coração Selvagem havia uma esperança intrínseca...