MUNDO PARALELO!
DESCUBRA!
RECOMENDAÇÃO!
Só não vá se perder por AÍ!
novembro 27, 2009
Prece
...E que o dia me revele o que a madrugada se recusa a revelar. Que os sonhos não passem de meros simbolos ignorados e que o destino se mostre em evidência. E que meus olhos consigam ver o que minha emoção ignora. E que minhas vivências tornem-se o mais precioso tesouro. Que meu abraço tenha um dos mais altos valores e que minhas palavras não se percam nem se deturpem. E se um dia a fatiga me tomar nos braços, que eu busque dentro de minhas próprias lembranças e experiências forças para permanecer no caminho. E que se um dia minhas verdades forem quebradas, que a verdade suprema me foque para que em meu futuro alcance meritos por mim ignorados.
sveglia
acordei bêbada de palavras, afogada em linguagens e prosopopéias. Acordei com um tilintar de gotas e um canto de pássaros. Acordei suspirando e sussurando palavras em francês. Acordei pensando, ouvindo e dizendo Je suis fatiguée. Acordei em verso e dormirei em prosa.
segredo íntimo
...Estava eu perdida em pensamentos, quando veio a chuva de mansinho, falando baixinho em meu ouvido algures sobre mim.
p.
A poesia me consome... Que me devore como mágoa. ..Que eu sucumba como mártir... Que os dias se vão... E que as árvores se descabelem no temporal.
o querer
...o querer que se queira, que se faça, que se mostre.
o querer. Apenas um mero querer. Quase não querendo querer saber o que se quer. Um quero porque quero que nada se quer. Um dito que não se diz. Um ditado que nada fala. Um silêncio na escuridão.
o querer. Apenas um mero querer. Quase não querendo querer saber o que se quer. Um quero porque quero que nada se quer. Um dito que não se diz. Um ditado que nada fala. Um silêncio na escuridão.
vazio
... .... Mesmo tendo o dia mais belo, a noite mais estrelada, a música do vento. Mesmo tendo uma vida tranquila, mesmo tendo poesia. ...... ... ... existe um vazio. O vazio que não é preenchido nem compreendido. Um vazio que se apossa, que se mostra. Um estranho vazio. O vazio do querer, do sentir, do ser. O vazio da noite, o vazio da dor. Constantemente acordo com o vazio batendo à minha porta. E eu...nem ao menos estava lá.
novembro 22, 2009
persona
..Encantava com as palavras, com a doçura. Não precisava da beleza externa. O que tinha de mais surpreendente era sua delicadeza. Seus olhos enfeitiçavam. Ninguem entendia o que tinha de tão encantador. Sua aparência era tão diversa do normal. Provocava curiosidade. A primeira vista, causava incômodo, mas logo como num filme de Lars Von Trier, a aparência era esquecida e como se o feitiço se fizesse, todos à sua volta a acolhiam da forma mais afetiva possível. Seu mistério poderia estar em seu carisma, ou quem sabe em seu vasto conhecimento. Mas, na verdade ninguém sabia explicar. Era de um magnetismo extremo. E ao mesmo tempo de uma personalidade intrínseca. Talvez o que atraía as pessoas fosse essa introspecção implícita. Ou quem sabe mera curiosidade.
Enfim, era uma personalidade, não uma qualquer. Era diferente, intrigante, encantadora. O que todos se perguntavam:... Por que gosto tanto dela?
Enfim, era uma personalidade, não uma qualquer. Era diferente, intrigante, encantadora. O que todos se perguntavam:... Por que gosto tanto dela?
novembro 17, 2009
distúrbio
...O vento levava ao longe, era um belo entardecer e andava pelas calçadas irregulares de pedras soltas com seu fone de ouvidos, cantarolando um velho rock in roll. Seguia em sua frente um grupo de pessoas bem vestidas. Eram moças e repazes com seus vinte e tantos anos de idade, curtindo o auge de suas juventudes. Aquela tarde agradável com um leve vento que levava e trazia. Sentiu de súbito um aroma cítrico-adocicado que ivadiu suas narinas, seus poros seus pulmões. Marina tinha uma sensibilidade muito grande com o cheiro. Sentia o cheiro de tudo. Se entrava em um ambiente diferente, ia logo cafungando para tantar identificar o cheiro. Quando se aproximava de alguém, a primeira coisa que percebia era o cheiro. Tinha uma teoria psicologica para seu caso. Acreditava que quando a criança tinha o contato com a mãe interrompido logo após o nascimento, a criança que identifica a mãe pelo olfato, tende a desenvolver um tipo de distúrbio de comportamento diretamente ligado ao olfato. Tudo não passa de meros psicologismos. No fundo Marina tentava compreender o porque daquela fixação com odores. Ela era tão extremista que só beijava pessoas de quem gostasse do cheiro. Era uma espécie de identificação. Mas ao extremo chegava a ser considerado um distúrbio. E naquela tarde, o vento lhe trouxe de presente um aroma que Marina nunca havia sentido antes. Era um aroma mesclado, como se desse vida aos seus instintos mais sacanas. Marina como se hipnotizada, perdeu a noção de onde estava, do que fazia. Marina perdeu-se em seus próprios instintos. Marina tentou em vão encontrar a fonte daquele perfume. Marina entrou em depressão e tomou um frasco de channel numero 5.
desejo
Sentia repentinamente, uma vontade infinda de desejá-la e possui-la. Uma corrente de ar que subia nas costas, uma sensação incômoda e impensável de querê-la. E a vida a punia, a punia com a ausência, a punia com a distância. Um distanciamento de sentimento. Uma pausa dolorosa a convencia de sua insanidade. Sua pélvis se contraía e sentia formigar-lhe os lábios. Pressionava-os com fúria. Suas mãos suavam frias e encolhia os dedos dos pés com um expressivo ardor. Seu desejo era maior que sua coragem, era maior que sua timidez, era maior que sua necessidade. Seu desejo raramente se mostrava, mas quando aparecia vinha com tamanha voracidade que a deixava completamente fora do controle. Batia sua cabeça contra a parede para tentar acalmar, tirava a roupa compulsivamente e tomava banho gelado. Mas nada, nada a impedia de desejar aquela menina de olhos meigos e cabelos enrolados. Sua vontade no momento era de devorá-la, de deitar sobre seu corpo e fundir-se. Era uma vontade de que seu desejo incontrolável se tornasse uníssono ao dela e que ambas alcançassem um alto grau de ebulição e desintegrassem no universo. Enfim, não era apenas um desejo. Era uma febre, um moléstia. Adoecia de desejo. E repudiava seu próprio instinto. Morria e não sabia. Sofria um colapso, mas não sabia que na verdade era apenas, mais uma vítima do descaso.
novembro 14, 2009
falsos farsantes
..E eu pensava, pensava, pensava...na verdade não sei o que pensar, um segundo a mais e o destino se mostra. Permanecemos em um estado involuntário de vida. O que é fato é fato e pode tornar-se fatídico. Minha alma inquieta, sempre se posta de forma analítica. Sofro com meus próprios limites, porque a injustiça é uma das poucas coisas que me irrita. Disfarço um descontentamento mas a verdade se sobrepõe. Não suporto falsidades. A falsidade é patética, a verdade sempre está exposta na testa sem a máscara da hipocrisia. Admiro aqueles que conseguem um grau tão alto de falsidade que passam a acreditar na própria proposta. Posso até chamar de artista. Se ator fosse, seria um forte concorrente ao prêmio de melhor interpretação de artes cênicas e cínicas. Que desgosto que dá. Viver a vida desacreditando, vendo hipocrisias e pessoas fingindo serem amigas e acreditando que não percebemos a farsa. Mas, a vida não é feita de superficialidades e a esperança da justiça é grande. Mesmo quando existam casos em que não se vê cura. Porque a farsa é tao grande que o próprio farsante cai na fantasia. E de que me vale pensar, quando a vida é feita de fatos. Enquanto penso e analiso as situações, coisas acontecem à minha volta. E os farsantes permanecem ditando e vivendo sua farsa.
novembro 11, 2009
?
...Na calada da noite se descobre as faces ocultas. Diante da luz do dia as ações são cautelosas, mede-se as palavras, na noite, como num passe de mágica, a partida da luz revela a sombra, o lado obscuro, onde os fantasmas se postam, onde substâncias potencializam as ações impensadas. Mágoas se fazem, amizades se vão. Não se pensa, na noite se faz. A música ensurdece e as palavras se distorecem. O álibe do não lembrar, as falsetas se compõe. Até mesmo a mais serena das criaturas se altera onde impera injustiças. Na calada da noite deveriamos andar calados. Surdos, Cegos. Na calada da noite é que mostramos quem realmente somos?
novembro 10, 2009
súplica
Há tempos sentia uma vontade imensa de soltar as asas. A sensação de aprisionamento era sufocante. Uma dor no peito. Dores pelo corpo todo se fazia presente. Mostrava a renùncia do estado em que se encontrava. Vivia simplesmente seu triste cotidiano, aquela vida pequena que lhe foi dada. Mas sua cabeça ia alem, sua mente viajava o infinito. Sua alma era livre. Seu maior sofrimento era quando se deparava com a realidade, pois procurava meios de fuga, procurava viver a vida que lhe fora imposta sem reclamar. Sua condição de aprisonada, seu destino mórbido, seu dia a dia de desencantos. Seu momento era de solidão e meditação. Buscava o encontro consigo atravès do silêncio. Sua dor intrìnseca, seu sórdido desespero. Esperava Um encontro com o acaso, que sua vida sofresse um colapso e mudasse instantaneamente. Esperava um sopro divino que a levasse para longe dali. E Deus nunca a ouvia, Deus a tinha posto no mundo e a esquecido, às margens do desespero em um lugar qualquer no meio do nada. Lá nem suas súplicas eram ouvidas, nem sua ira era sentida, nem o abandono a alcançara. Sua alma livre e triste, presa a um quê de desencanto. Presa a suas misérias, limitada por uma gaiola de carne. Sua sede de liberdade era grande e aquele lugar e a condição inexistente a impediam de ser feliz, mas não de sonhar. Seus sonhos a alimentavam. Seus sonhos era a única coisa que lhe restava numa dádiva de emoção que lhe foi dada. E então, por um momento, pensou em jogar dados com o universo. Andou 5 km ao norte de uma deserta estrada, sem saber o que encontraria pelo caminho, suplicou aos céus seu desespero. Desencantada da vida, com seu rosto úmido de lágrimas, com seu coração aflito e a alma em frangalhos. Jogou suas mãos para o cèu e soltou um grito de liberdade...Leva-me Ò PAI, pois me deste a vida e esqueceste de dar-me oportunidades. Deu-me um corpo saudável e uma mente livre e esqueceu-se de me dar um caminho para que fosse feliz. Leva-me Ò Pai, porque serei aquilo que queres que seja junto de ti. E naquela linda tarde ensolarada, Deus fez-se presente, mandou-lhe ao som de um grande trovão, um raio que lhe mostrou o caminho da libertação.
A Legião Estrangeira...
...(...)Muito tempo depois percebi que era comigo q Ofelia falava.
_Acho _ acho que vou botar ele na cozinha.
_Pois vá.
Não vi quando foi, não vi quando voltou. Em algum momento, por acaso e distraída, senti há quanto tempo havia silêncio. Olhei-a um instante. Estava sentada, de dedos cruzados no colo. Sem saber exatamente por que, olhei-a uma segunda vez :
_Que é?
_Eu...?
_Está sentindo alguma coisa?
_Eu...?
_Quer ir ao banheiro?
_Eu...?
Desisti, voltei à máquina. Algum tempo depois ouvi a voz:
_Vou ter que ir para casa.
_Está certo.
_Se a senhora deixar.
Ohei-a em surpresa:
_Ora, se você quiser
_Então, disse, então eu vou.
Foi andando devagar, cerrou a porta sem ruído. Fiquei olhando a porta fechada. Esquisita é você, pensei. Voltei ao trabalho.
Mas não conseguia sair da mesma frase. Bem _ pensei impaciente olhando o relógio _ e agora o que é? Fiquei me indagando sem gost, procurando em mim mesma o que poderia estar me interrompendo. Quando já desistia, revi uma cara extremamente quieta: Ofélia. Menos que uma idéia passou-me então pela cabeça e, ao inesperado, esta se inclinou para ouvir melhor o que eu sentia. Devagar empurrei a máquina. Relutante fui afastando devagar as cadeiras do caminho. Até parar devagar à porta da cozinha. No chão estava o pinto morto. Ofélia! Chamei num impulso pela menina fugida.
A uma distância infinita eu via o chão. Ofélia, tentei eu inutilmente atingir à distância o coração da menina calada. Oh,, não se assuste muito! Às vezes a gente mata por amor, mas juro que um dia a gente esquece, juro! A gente não ama bem, ouça repeti, como se pudesse alcançá-la antes que, desistindo de servir ao verdadeiro, ela fosse altivamente servir ao nada. Eu que não me lembrara de lhe avisar que sem o medo havia o mundo. Mas juro que isso é respiração. Eu estava muito cansada, sentei-me no banco da cozinha.
Onde agora estou, batendo devagar o bolo de amanhã. Sentada, como se durante todos esses anos eu tivesse com paciência esperando na cozinha. Embaixo da mesa, estremece o pinto de hoje. O amarelo é o mesmo, o bico é o mesmo. Como na ´Páscoa nos é prometido, em dezembro ele volta. Ofélia é que não voltou: cresceu. Foi ser a princesa Hindu por quem no deserto sua tribo esperava.
Clarice Lispector
extraído do conto A Legião Etrangeira
_Acho _ acho que vou botar ele na cozinha.
_Pois vá.
Não vi quando foi, não vi quando voltou. Em algum momento, por acaso e distraída, senti há quanto tempo havia silêncio. Olhei-a um instante. Estava sentada, de dedos cruzados no colo. Sem saber exatamente por que, olhei-a uma segunda vez :
_Que é?
_Eu...?
_Está sentindo alguma coisa?
_Eu...?
_Quer ir ao banheiro?
_Eu...?
Desisti, voltei à máquina. Algum tempo depois ouvi a voz:
_Vou ter que ir para casa.
_Está certo.
_Se a senhora deixar.
Ohei-a em surpresa:
_Ora, se você quiser
_Então, disse, então eu vou.
Foi andando devagar, cerrou a porta sem ruído. Fiquei olhando a porta fechada. Esquisita é você, pensei. Voltei ao trabalho.
Mas não conseguia sair da mesma frase. Bem _ pensei impaciente olhando o relógio _ e agora o que é? Fiquei me indagando sem gost, procurando em mim mesma o que poderia estar me interrompendo. Quando já desistia, revi uma cara extremamente quieta: Ofélia. Menos que uma idéia passou-me então pela cabeça e, ao inesperado, esta se inclinou para ouvir melhor o que eu sentia. Devagar empurrei a máquina. Relutante fui afastando devagar as cadeiras do caminho. Até parar devagar à porta da cozinha. No chão estava o pinto morto. Ofélia! Chamei num impulso pela menina fugida.
A uma distância infinita eu via o chão. Ofélia, tentei eu inutilmente atingir à distância o coração da menina calada. Oh,, não se assuste muito! Às vezes a gente mata por amor, mas juro que um dia a gente esquece, juro! A gente não ama bem, ouça repeti, como se pudesse alcançá-la antes que, desistindo de servir ao verdadeiro, ela fosse altivamente servir ao nada. Eu que não me lembrara de lhe avisar que sem o medo havia o mundo. Mas juro que isso é respiração. Eu estava muito cansada, sentei-me no banco da cozinha.
Onde agora estou, batendo devagar o bolo de amanhã. Sentada, como se durante todos esses anos eu tivesse com paciência esperando na cozinha. Embaixo da mesa, estremece o pinto de hoje. O amarelo é o mesmo, o bico é o mesmo. Como na ´Páscoa nos é prometido, em dezembro ele volta. Ofélia é que não voltou: cresceu. Foi ser a princesa Hindu por quem no deserto sua tribo esperava.
Clarice Lispector
extraído do conto A Legião Etrangeira
novembro 07, 2009
tem gente
tem gente cega do ouvido e surda do olho
tem gente que magoa a gente e que não sabe amar
tem gente enganando a gente olha a vida como está...
tem gente que fala e não diz nada
tem gente que não vê o que faz.
tem gente culpando a gente
olha que ironia que a vida tras
tem gente que caga e anda e não sabe limpar.
tem gente vivendo e morrendo
sem aprendizado nenhum
tem gente que finge ter razao
e não sabe o que faz.
tem gente de ego tão grande
que não cabe no espaço que tá
tem gente que vive dormindo
e que nunca irá acordar.
tem gente que magoa a gente e que não sabe amar
tem gente enganando a gente olha a vida como está...
tem gente que fala e não diz nada
tem gente que não vê o que faz.
tem gente culpando a gente
olha que ironia que a vida tras
tem gente que caga e anda e não sabe limpar.
tem gente vivendo e morrendo
sem aprendizado nenhum
tem gente que finge ter razao
e não sabe o que faz.
tem gente de ego tão grande
que não cabe no espaço que tá
tem gente que vive dormindo
e que nunca irá acordar.
novembro 05, 2009
vontade de partir
...amanhecia, o sol despontava preguiçosamente naquela madrugada. Seus raios laranja cortavam as nuvens e refletiam sobre o mar. Meu vôo estava mais do que no horário, meu embarque foi imediato, embarquei e senti a nave decolando, a sensação de tirar os pés no chão me é sempre agradavel. o tempo de vôo vai passando e a vontade de permanecer dentro e alcançar destinos ignorados era enorme. Tinha desejo de ir para qualquer lugar, de até mesmo permanecer na aeronave sobrevoando destinos insólitos. Menos aterrissar em curitiba. Não senti entusiasmo, vontade, nada me dizia você está voltando para casa. Meu pensamento era quero continuar...encontrar novos cenários, novas pessoas...quero sumir..mas, mesmo com o aeroporto operando com aparelhos o pouso se sucedeu...e aqui estou de volta à roda samsarica. Cada dia com mais desejo de partir..ir ir ir sem tempo para voltar.
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DIA

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