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outubro 30, 2008

um pequeno conto

Sentia o chão ardendo sob seus pés, e restavam-lhe apenas 5 longos minutos para tomar a difícil decisão que poria fim à sua angústia e mudaria para sempre sua vida. Naquele exato momento, quando havia se passado 1 daqueles 5 minutos, fatos estranhos se sucederam e a partir dali, Maria Helena descobriria o que o destino lhe reservara. Enquanto o sol esquentava sua cabeça e a dúvida da escolha a enlouquecia, Maria Helena percebera que estava parada em frente a uma loja de antiguidades. Ouviu ao longe o som de um piano, que tocava uma música suave e melancólica como se fosse um Chopin, doloroso e apaixonado. Maria Helena nunca sentira a música tocar-lhe tão profundamente, sentiu que seu rosto avermelhava e seus batimentos cardíacos aumentavam a cada compasso da composição. Maria Helena por um curto momento esqueceu de seus conflitos e entregou-se à suavidade da melodia. Tomou, naquele momento mágico, a decisão de visitar a loja para sorver de mais perto o som que a comovera. Logo de entrada deparou-se com pequenas estatuetas, réplicas perfeitas de Rodin, tinha ao alcance de seus olhos, reproduções em série de como Rodin construía suas obras em bronze, desde o molde até o acabamento, e aquilo mexia com a imaginação infinita de Maria e consequentemente aguçando sua curiosidade com relação a outros objetos daquela mágica loja. Espalhados pelo espaço tinha telas com réplicas perfeitas de Van Gogh e Picasso e na parede ao longe uma tela de Monet, réplica bem feita e acurada que bons pintores sabem fazer, que mais parecia um poema do que uma pintura. É, Maria descobrira Monet e ele tinha ares de poeta, Monet pintava poemas em seu quadros. Maria sempre fora apaixonada por Van Gogh, era o pintor que mais se identificava, tinham em comum a solidão e o descaso que o mundo lhes dera como presente. Maria gastou os 4 minutos restantes observando a arte e ouvindo a melancólica melodia, mas ainda não sabia de onde partia aquele som, aquela música vibrante que enchia a loja simples e aconchegante de poesia. Adentrou um pouco mais e avistou um piano antigo de fabricação francesa, feito com madeira escura e fosca, que datava do século XIX, com seu teclado já amarelado pelo tempo e com algumas notas desafinadas, mas nada estragaria aquela melodia tocada, não por mãos talentosas, mas por uma alma delicada e sensível. E lá estava Maria hipnotizada, de alma lavada observando Emma. Emma era a pianista e atendente da loja. Moça ruiva de cabelos encaracolados até a cintura. Bela e amável, sensível. Moça que com seu talento e alma dócil, fizera Maria descobrir sua ambiguidade. Emma parou de tocar a canção, levantou-se e fitou Maria nos olhos e de sobressalto, como que num ato mal pensado, roubou-lhe um beijo. Um beijo o qual Maria nunca esquecera a doçura.E Maria???Maria assustada corria, corria....com um sorriso malicioso no rosto, descia a ladeira e sentia o chão quase fugir de seus pés...e o coração acelerado e satisfeito, como se acordasse de um profundo sono, despertado por uma suave canção....

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