Um estalo remoto se deu
meu coração aflito
minha alma ausente.
Meu estado de embriaguês natural
meu estigma que se esvai
Enquanto procuro um caminho a seguir
meu peito latente
meu enigma oculta
minha vasta vontade de conhecimento me salva de dias cinzas..
Minhas mãos gesticulam uniformes
tendo a andar em círculos
Aos olhos teus pareço perder-me em meus próprios pensamentos
mas é apenas uma impressão descabida.
Meu caminhar é certo
porém , meus passos são lentos.
A distância entre mim e meus pensamentos
são determinados por ondas de vento.
Sinto na ausência do pensar um alívio imediato.
Medito naturalmente sob as árvores do parque.
Meus dias são mais coloridos
e minhas noites estreladas.
meus olhos procuram incansavelmente um foco de luz
um futuro espelhado
um ´mar espelhado
minha vida resume-se na ausência
uma ausência provocada
um estado de inanição social
Sinto-me sufocada pelo dia a dia
Sinto-me vazia
Oca
insossa
sinto-me como se meus dias se prolongassem sem um objetivo nobre
e que isso ja me bastasse.
Então...
Busco no âmago minhas respostas
E ansiosa espero uma resposta nunca antes dita.
Busco na luz do dia e no canto dos pássaros a paz inefável que se ausenta...
E ela está lá, eu posso sentí-la, mas não sei como possuí-la.
Vejo na Lua o reflexo de meus sonhos, de minhas expectativas, de meus caminhos esquivos.
Vejo no Sol um novo dia, um novo amanhecer.
Vejo e desacredito
vejo e insensível, apenas deixo ir.
O medo que me prende
é de ver o que deixei
é de desmerecer o que vivi
é de esquecer o que aprendi.
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