. intrínseco

. Estava um dia lindo de sol, mas a nostalgia fluía. Um desconhecido medo surgia como se as paredes daquele minúsculo quarto exalassem uma energia de dor. Uma dor contida, desfocada, contida. Uma leve agonia subia pela garganta de mansinho com a intenção única de jogá-la no abismo. Nem mesmo o brilho do sol e aquele índigo céu mostravam um ponto positivo na sua vida. Ora a solidão se aproximando. Queria doses de comprimidos para dormir um século. Ora queria uma vida. Sentia o cheiro da alegria se distanciando. Seus olhos caídos e tristonhos lentamente buscavam um ponto para focar. Sentia como se estivesse nascido em um planeta que não lhe convinha. Tudo estava errado. E aquela acidez de humor que não convém. Sua doçura era engolida por energias ácidas. Sua doçura não tinha valor algum naquele planeta ácido. Sua doçura era rejeitada e se extinguia porque nem mesmo um sonho de liberdade a fazia acreditar que tudo poderia mudar.