. Sobre o tempo

... Tem dias que passam devagar. Como se o tempo fosse manipulável. Como se os átomos exalassem explícitamente sua preguiça quântica. Tem dias que já acordo brigando com o tempo. E é a relatividade do tempo que me faz meditar. O tempo é tão fragmentado que não percebemos sua passagem. E tenta-se comprovar que o tempo na verdade nem se quer existe. É uma criação ilusória que o homem cronometrou para dar sentido à própria existência. Tudo tem que ter um ponto de partida, mas ninguém sabe com precisão onde está o princípio de tudo. A matemática da natureza nos tira as dúvidas quanto a existência de uma Energia inteligente que manipula o Universo. Cada átomo é um fragmento vivo da existência divina. Temos um tempo determinado de existência, e nossos destinos são casualmente programados. Nos submetemos àquilo que nos propõe como Humanos. Mas não percebemos a inferioridade de nossa cruel raça. Nossa prepotência diante a Existência nos cega e nos faz achar que somos o centro de tudo. Como podemos nos engrandecer quando moléculas microscópicas nos fazem sucumbir? Tudo é tão efêmero. Somos medíocres e insignificantes. Nossa passagem no planeta não significa nada mais do que autodestruição. O tempo que inventamos, apenas nos dá algumas coordenadas para nos iludirmos que não nos perdemos. Para nos fazer acreditar que um dia precisamos começar. Tudo está ai todo instante. Nossa vida, nossa morte, nossa própria insignificância, e nossa vontade de um dia chegarmos a ser alguma coisa mais significante do que simplesmete Seres Humanos.